Brasília ? Os auditores fiscais da Receita Federal, em greve desde o dia 2 de maio, devem manter a paralisação por tempo indeterminado. Hoje (14), a categoria fez assembléias em todo o país para votar, além da proposta de manutenção da greve, a realização de um ato público, em Brasília, no próximo dia 20.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), Carlos André Nogueira, a paralisação continua até que o governo negocie com a categoria.
Ele disse que as reivindicações foram apresentadas ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e agora os auditores estão elaborando um documento mais detalhado com propostas de combate à sonegação.
"Temos uma tabela de plano de carreiras que estamos propondo ao governo. Junto com o nosso movimento, estamos oferecendo também propostas de solução [para a sonegação]", afirmou. "A idéia é jogar o ônus do nosso reajuste nas costas do sonegador, e não da sociedade como um todo. Que o nosso próprio trabalho de combate à sonegação nos pague", acrescentou.
De acordo com Nogueira, a greve atinge mais de 70% dos auditores em todo o país e, apesar de estar ocorrendo há mais de um mês, o movimento continua recebendo adesões. Com isso, acrescentou, as importações e as exportações estão sendo prejudicadas. "Apenas os serviços essenciais de liberação de produtos perecíveis, medicamentos, explosivos e animais vivos estão sendo atendidos".
Os auditores fiscais são responsáveis por fiscalizar o cumprimento da Lei Tributária, o pagamento de todos os tributos federais (PIS, COFINS, OIF, IPR, IPI, CPMF), taxas de importação e exportação, imposto de renda de empresas e pessoas físicas. Eles também atuam na arrecadação nacional de impostos e no combate à sonegação.