Marcello Casal Jr / ABr

O sindicato da categoria classificou
a paralisação de "a maior greve
dos últimos 15 anos".

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Os auditores fiscais da Receita Federal decidiram encerrar a greve iniciada no dia 2 de maio. Das 94 assembléias regionais realizadas hoje, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) informou que já havia resultado em 60 delas, com 93,26% dos votos favoráveis ao fim da paralisação.

Os auditores foram contemplados com um reajuste da ordem de 34% nas gratificações recebidas, o que elevou o salário inicial da categoria de R$ 7,53 mil para R$ 10,15 mil e o final de R$ 9,93 mil para R$ 13,38 mil. Parte desse aumento, entretanto, é vinculado a metas de crescimento na arrecadação federal.

Segundo o presidente do Unafisco, Carlos André Nogueira, embora a decisão do governo não tenha satisfeito plenamente a categoria ela colocou a discussão em "uma nova fase", que não exige mais a greve. Nogueira reconheceu que houve avanços e disse que o governo atual trata a categoria de maneira melhor do que o anterior. "O governo Fernando Henrique em oito anos não concedeu sequer R$ 1 de aumento", afirmou, explicando que a maior parte da demanda dos auditores se refere a perdas salariais do período de 1994 a 2002.

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A Unafisco continuará com a mobilização para melhoria salarial e a definição de um plano de carreira que reduza as diferenças salariais entre o início e o final da carreira. Mas essa mobilização vai se concentrar em conversas com o governo e também por meio de pressão no Congresso Nacional, onde será examinada a Medida Provisória que elevou os vencimentos dos funcionários da Receita.

Em um balanço sobre o movimento iniciado em maio, Nogueira classificou a paralisação de "a maior greve dos últimos 15 anos" e destacou que ela se encerrou no pico de adesão, mostrando coesão dos funcionários. Ele afirmou que, em princípio, não haverá nenhum esquema especial de trabalho no retorno dos auditores para liberar produtos que estão parados por conta da greve, mas ressalvou que essa é uma decisão que cada região deve tomar. A paralisação dos auditores prejudicou, sobretudo, o fluxo de comércio exterior.

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