Foto: Allan Costa Pinto

Apesar dos congestionamentos, muitas opiniões são contrárias à medida.

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O rodízio de carros em Curitiba foi tema de audiência pública, ontem, na Câmara de Vereadores. Tramita na casa um projeto de lei de autoria do vereador Custódio da Silva (PR) que pretende implantar o sistema na capital.

A audiência foi organizada pela vereadora Roseli Isidoro (PT), que, além de integrante da Comissão de Urbanismo da Câmara, é relatora do projeto. Ela, porém, é contra o rodízio, posição compartilhada com a maioria dos palestrantes de ontem.

A semana começou movimentada em torno do assunto. Na segunda-feira, Custódio protocolou um pedido de cassação do mandato de Isidoro, devido justamente à audiência de ontem. Segundo ele, a vereadora teria usado o material de divulgação da audiência para campanha pessoal.

O fato acabou dividindo as atenções com os temas da palestra. Mas Isidoro disse que o pedido de cassação não atrapalha ?em absolutamente nada? os debates em torno do rodízio. ?Lamento que ele não tenha entendido o alcance da nossa proposta, que foi até de valorizar o projeto?, disse, sem esconder, porém, sua intenção de arquivar a proposta. ?Queríamos com a audiência qualificar o debate e buscar elementos que justifiquem a minha proposta de arquivamento.?

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Atualmente, o projeto está aguardando parecer da Companhia de Urbanização de Curitiba (Urbs), a pedido de Isidoro. O órgão não tem prazo para devolvê-lo. De acordo com a diretora de Trânsito da Urbs, Rosângela Batistella, a discussão acerca do rodízio ?é importante?. Mas a posição do órgão é de que ainda é cedo para implantá-lo em Curitiba.

Contrariedade

Os palestrantes tenderam à contrariedade ao rodízio. Um dos mais enfáticos foi o professor Renato Baldim, ligado à Secretaria Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades. Apontando o rodízio implantado em São Paulo como um ?erro histórico?, ele diz que a medida ?não tem nada de eficaz?. A solução mais eficiente estaria no controle de estacionamentos. ?O rodízio estimula o ingresso de automóveis mais antigos, que poluem mais, e causa a piora do trânsito em todos os horários, já que as pessoas passam a se deslocar nos períodos permitidos?, argumenta.

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O engenheiro Emiliano Affonso Netto, vice-presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô de São Paulo, também acredita que a solução passa pela política de estacionamentos. E defende o metrô como alternativa de transporte. ?Um metrô ocupa o mesmo espaço que nove ônibus e 33 carros?, informa.