O tênis mundial deu um importante passo para moralizar a modalidade e tornar eficaz o atualmente discutido controle anti-doping. Duas das principais entidades do esporte, a ITF (Federação Internacional de Tênis) e a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), uniram-se para estabelecer um novo programa sob os rígidos códigos da Wada (Organização Mundial de Controle Anti-doping) que entrará em vigor já a partir da primeira competição de 2006.

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Essa decisão poderá colocar um fim em anos de suspeitas do controle aplicado pela ATP – a entidade dos próprios jogadores – como o de 43 tenistas que teriam sido contaminados por substâncias proibidas e não foram punidos, com exceção do checo Bohdan Ulihrach, suspenso e depois liberado, e do britânico Greg Rusedski, que com uma boa defesa nos tribunais foi absolvido. Sem contar ainda situações como a de André Agassi, denunciado no recém lançado livro do sueco Magnus Norman.

Este ano em Roland Garros, segundo revelou o diário francês L’Equipe, 1 dos 150 testes realizados no Aberto da França deu positivo, mas a ATP não divulgou. O mesmo teria ocorrido no torneio francês de 2004, com outros três casos não esclarecidos.

A partir desse acordo, todo o controle estará sob a jurisdição da ITF, que comandará as ações desde a coleta do material nos torneios, aos testes e até os tribunais, se for o caso. Até hoje a Federação Internacional é responsável apenas pela observação e testes em torneios de sua tutela, como os Grand Slams, Copa Davis, entre outras.

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Em 2006, não só cuidará destas competições – em que são realizados cerca de 500 testes anuais – como também em torneios dos níveis ATP Tours, International Series e Challengers, prometendo estender os exames a outros 600 testes anuais.

Esta nova mentalidade no tênis é a primeira grande decisão do novo comandante da ATP, Etienne de Villiers, que recentemente assumiu o cargo de CEO deixado por Mark Miles – que presidiu a ATP por muitos anos.

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"Temos uma posição rigorosa para um controle forte e eficaz no tênis", disse o novo dirigente.

O presidente da ITF, Francesco Ricci Bitti elogiou a atitude de Etienne de Villiers, da ATP, e espera que a WTA (a Associação Feminina) também participe desse novo momento. O controle no tênis feminino também é bastante combatido pela ITF e rumores dão conta que algumas jogadoras sequer aceitam passar por testes off season, ou seja, quando estão fora de temporada, apenas em treinamentos.

A ITF ofereceu também um programa de educação aos atletas, com seminários, exemplos e estudos para uma clara e precisa compreensão dos tenistas.