Centrais sindicais e movimentos sociais protestam em várias capitais, nesta quarta-feira, 15, no “Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330/04”. Os atos têm como objetivo marcar posição contra o projeto de lei que regulamenta o trabalho terceirizado no País. Diante da aprovação do texto principal na semana passada e com a votação das emendas no plenário da Câmara dos Deputados, os sindicalistas se juntarão aos movimentos populares em pelo menos sete capitais, onde também promoverão paralisações em todas as categorias filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), CTB, NCST, Intersindical e CSP Conlutas.
No início da manhã os atos ocorrem em São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Vitória, São Luís e Fortaleza.
Na capital paulista, por volta das 8h, manifestantes bloquearam a ponte da Cidade Universitária, na zona oeste. A Rua Alvarenga, na altura da Rua Afrânio Peixoto, próximo à entrada da USP, foi fechada pelo ato.
Na Rodovia Anhanguera, que liga São Paulo com a região norte do Estado, cerca de 100 pessoas interditaram todas as faixas na altura do quilômetro 19, sentido da capital. A lentidão atinge do quilômetro 24.
Na marginal sul da Anchieta, a via foi interrompida sentido São Paulo, na altura do KM 15.
Por volta das 7h45, a pista do Rodoanel, no sentido da Rodovia dos Bandeirantes, também foi fechada por manifestantes, causando lentidão do quilômetro 12 ao 10.
Na Rodovia Presidente Dutra, cerca de 100 caminhoneiros bloquearam a pista marginal, em Guarulhos, durante uma hora. O reflexo é lentidão que vai do quilômetro 219 ao 230, na expressa, do 222 ao 228; e do 230 ao 231.
Em Contagem, na Grande Belo Horizonte, cerca de 400 pessoas, segundo organizadores, participam do protesto contra a regulamentação da terceirização. O grupo é formado em sua maioria por metalúrgicos. Os manifestantes fecharam por cerca de uma hora o cruzamento da Avenida Amazonas com a BR-381, liga Minas Gerais a São Paulo. O próximo ato está marcado em frente à Refinaria Gabriel Passos (Regap), da Petrobras, em Betim, também na Grande BH.
Ao longo do dia estão previstos protestos de trabalhadores das áreas da educação e saúde em na Praça Sete, região centro-sul da capital mineira. Os organizadores dos protestos são, além da CTB, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central Sindical e Popular (Conlutas) e a seção Minas da Força Sindical, que no estado tem posição contrária ao comando nacional da entidade. Um ato unificado está previsto para o centro da cidade às 16h.
Em Vitória, manifestantes colocaram fogo em pneus na Terceira Ponte e próximo a Segunda Ponte. No centro da cidade, um grupo entrou em confronto com a Polícia Militar, que utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersá-los.
Em Porto Alegre, manifestantes da CUT impediram o tráfego na Ponte do Guaíba, nos dois sentidos.
Em São Luís (MA), a CUT e demais Centrais Sindicais estão promovendo desde às 6h , ato público em adesão à paralisação nacional. Os cerca de 50 manifestantes, segundo a Polícia Militar, interditaram a BR-135 e se concentram em frente à Universidade Federal do Maranhão (UFMA), bloqueando a entrada e saída do campus. Também está prevista uma manifestação às 9h em frente a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema).
Na capital cearense, ainda é pequeno o grupo de pessoas na Praça do Carmo, no centro de Fortaleza. Manifestantes ligados às centrais sindicais portam cartazes com fotos e nomes dos deputados cearenses que votaram a favor do PL 4330.
Ônibus
Em Sorocaba, no interior de São Paulo, o protesto contra o projeto de terceirização paralisa completamente o transporte urbano em Sorocaba, desde as 6 horas. De acordo com a Guarda Municipal, nenhum dos mais de 230 ônibus saiu dos terminais, deixando cerca de 120 mil pessoas sem transporte no início da manhã. Sindicatos ligados à Central Única de Trabalhadores (CUT) fizeram piquetes nos acessos ao Distrito Industrial, impedindo a chegada dos ônibus das empresas que transportam funcionários para as indústrias. As linhas foram desviadas para o Parque das Águas, onde já se formou uma concentração com cerca de 1.100 manifestantes, segundo a Polícia Militar. Uma das pistas da Avenida Dom Aguirre foi bloqueada para o trânsito.
Em Salvador, os ônibus não circularam até 8h da manhã. A decisão foi tomada em assembleia da categoria, na noite de terça-feira, 14.
(Daiene Cardoso, José Maria Tomazela e Diego Emir, Carmen Pompeu Leonardo Augusto, especiais para AE)