Ator indiano é inocentado de participação em atentado

O astro de cinema indiano Sanjay Dutt foi considerado culpado nesta terça-feira (28) de porte ilegal de armas, mas foi absolvido de uma acusação mais grave de participação no complô que resultou num atentado extremista que provocou a morte de 257 pessoas em 12 de março de 1993. Dutt, astro de filmes de ação produzidos em ‘Bollywood’ (a indústria do entretenimento na Índia), era um dos 123 réus levados à justiça por suspeita de participação nas explosões de 13 anos atrás em Bombaim.

O juiz Pramod Kode considerou Dutt culpado de porte ilegal de três fuzis de assalto e de uma pistola. As armas foram fornecidas ao artista por um outro suspeito de participação nos atentados. Mas Kode considerou Dutt inocente da acusação de participação na conspiração que culminou nos ataques e disse que não havia evidências de que ele possuísse granadas de mão. "Não considero que ele seja um terrorista", disse Kode. "Não o considero culpado, de acordo com as provisões da lei de atividades terroristas e desordeiras", prosseguiu o magistrado.

Ao deixar a corte, Dutt não falou com a imprensa, mas seu advogado de defesa, Satish Maneshinde, qualificou o veredicto como satisfatório. "Sanjay gostaria que seu pai estivesse vivo para ver o nome de sua família sendo limpo. O juiz disse claramente que ele não tinha conhecimento e que não se envolveu em nenhuma atividade terrorista. O estigma e a acusação de que ele seria um terrorista não existem mais", concluiu Maneshinde

Kode atendeu ao pedido de Dutt para que o libertasse mediante pagamento de fiança por quatro semanas para que pudesse cuidar de assuntos pessoais e concluir alguns projetos cinematográficos. Por ter sido considerado culpado de porte ilegal de armas, Dutt pode ser condenado a até dez anos de prisão. Sua sentença será decidida somente depois que os demais 123 réus do processo foram julgados. Não se sabe quanto tempo isso poderia demorar.

Dutt passou um ano e meio na prisão depois dos atentados. Ele foi libertado mediante pagamento de fiança em 1995. O artista, um hindu, alegou ter comprado as armas para defender sua família em meio a uma escalada de confrontos entre muçulmanos e hindus. As explosões de 1993 foram consideradas um ato de vingança de extremistas islâmicos em resposta à demolição, um ano antes, de uma mesquita do século 16 por um governo hindu ultranacionalista. Na época, episódios de violência entre hindus e muçulmanos provocaram a morte de mais de 800 pessoas em diversas partes da Índia.

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