Ato pró-Garotinho reúne “apadrinhados” do ex-governador e fracassa

Rio – Para quem esperava cinco mil pessoas – como políticos peemedebistas anunciaram na terça-feira – a manifestação popular a favor do ex-governador Anthony Garotinho foi frustrante, inclusive para aqueles que trafegavam pelo centro do Rio, que enfrentaram o tumulto causado no trânsito com a interdição da movimentada Avenida Almirante Barroso. Na verdade, apesar do transporte gratuito para os simpatizantes do ex-governador – a maioria vinda de municípios vizinhos e bairros longínquos – pouco mais de mil manifestantes assistiram hoje (09) ao discurso do pré-candidato à Presidência, que completou dez dias de greve de fome e encontrou na "manifestação" uma das justificativas para encerrar um protesto que só serviu para fragilizar sua posição no partido. Só no cálculo generoso da Polícia Militar do Rio a previsão dos cinco mil manifestantes se concretizou.

A pequena, porém barulhenta, multidão que se aglomerou defronte ao edifício Piauí, onde está a sede regional do PMDB, era formada ou por jovens ou por pessoas idosas, que defendiam o ex-governador não por suas posições políticas, mas muito mais pelas "benesses" que ele e sua mulher, a governadora Rosinha garotinho, proporcionaram com as suas políticas assistencialistas.

É o caso de Maria Helena de Souza Pinheiro, 77 anos, que com uma pensão do INSS e o que consegue catando lixo, sustenta dois filhos desempregados e um neto com dois anos incompletos. Ela estava entre os moradores do bairro de Santo Cristo, na Zona Portuária da cidade, arregimentados pela ex-chefe de gabinete do ex-governador, Ana Paula Costa – provável candidata a deputada estadual pelo PMDB.

Maria Helena se beneficia com as fraldas geriátricas vendidas a R$ 1 na Farmácia Popular mantida pelo governo, necessárias à sua irmã. Analfabeta, vai a todas as "caravanas" montadas por Ana Paula para apoiar o ex-governador: "Ela nunca me deu `canja’ para falar de mim, mas me conhece" vangloria-se, trajando a camiseta com o nome da futura candidata.

Mais sorte tiveram os evangélicos e jovens do município de Magé – região metropolitana do Rio. Além do transporte, receberam do presidente da Câmara Municipal, vereador Amisterdan Santos Vianna – também pretenso candidato a deputado estadual pelo PHS – sanduíche, suco e uma maçã. Os ônibus vindos de Magé eram de empresas da cidade de Duque de Caxias, cujo prefeito, Washington Reis, pertence ao grupo de Garotinho e é padrinho político de Amisterdan. Já os moradores do Morro dos Macacos, em Vilsa Isabel, Zona Norte do Rio, foram arregimentados pela funcionária do escritório da Administração Estadual do bairro, Ana Tinelli. Mas garantem que o ônibus foi pago por cada um deles.

Greve de fome

Garotinho decidiu aceitou o conselho de seu médico particular, Abdu Neme, para se internar em um hospital particular na zona norte do Rio. Garotinho no entanto disse que pretende continuar a greve de fome, que iniciou há dez dias, no hospital.

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