O Fórum Social Mundial será aberto amanhã (23) na capital da Venezuela com um ato de protesto contra o imperialismo e uma marcha pelas ruas da cidade. Até hoje, 50 mil pessoas já tinham confirmado sua participação no evento, mas, segundo os organizadores, o total poderá chegar a 150 mil. A exemplo do que já aconteceu em 2005, em Porto Alegre, o presidente venezuelano Hugo Chávez será a grande estrela do encontro cuja característica principal é a oposição ao modelo neoliberal e ao chamado imperialismo americano
"Não há possibilidade de se construir um outro mundo, melhor do que esse, sem combater o imperialismo e controle dos mercados pelas grandes corporações internacionais", disse hoje, na apresentação do evento, a brasileira Analu Farias, do comitê organizador
Chávez discursará num ato público programado para o dia 27, sob a organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Sem-Terra (MST) e da Via Campesina; e voltará à cena no dia 29, no encerramento do encontro, dessa vez a convite da Assembléia Mundial de Movimentos Sociais
O governo venezuelano investe pesadamente no encontro. Além de ser seu principal financiador e de colocar a estrutura do Estado à disposição dos organizadores, Chávez aproveita a oportunidade para exibir suas realizações e convencer os visitantes de que a Venezuela vive um processo revolucionário. Um indicador disso é a quantidade de atividades patrocinadas por organizações venezuelanas no encontro: serão 400, num total de 1.800. Em grande parte destas organizações locais a fronteira delas com o governo é muito tênue, segundo cientistas políticos; e, no decorrer do fórum, elas irão tratar sobretudo das políticas sociais desenvolvidas por Chávez.