Sem medo de cara feia. A mudança do local da partida Atlético x Fluminense para o município de Mesquita não assustou os jogadores e comissão técnica do Atlético. Apesar de desconhecido para a maioria dos rubro-negros, na opinião deles, atuar em Édson Passos não será tão ruim assim. O grupo recebeu informações de que o estádio oferece boas condições e nem os arredores parecem intimidar a delegação que vai pegar os cariocas no sábado.
A alegação do tricolor das laranjeiras é de que jogando no estádio do América (Giulite Coutinho) as despesas serão menores do que no Maracanã. Por um lado é verdade, mas o aristocrático time do Rio de Janeiro também quer usufruir da presença dos torcedores mais próximos do gramado para pressionar mais os adversários desse Brasileirão. Acostumados com os aplausos e apupos da Arena, os atleticanos encararam com naturalidade a “manobra” do rival.
“É claro que o Maracanã nos daria uma tranqüilidade maior, mas ninguém garante que a gente iria ganhar a partida jogando lá”, analisa o técnico Osvaldo Alvarez. De acordo com ele, as informações recebidas pela comissão técnica apontam para um local com boas condições de trabalho. “Disseram que o gramado está bom. Poderia prejudicar o Atlético se o gramado estivesse ruim, já que o nosso futebol é muito técnico e depende de toques rápidos”, aponta. Para o zagueiro Ígor, a maior preocupação está nas dimensões do gramado. “Se o campo for menor, a marcação vai ficar mais em cima”, destaca.
Além desse novo obstáculo a ser vencido, outra preocupação seria com os arredores do estádio, que fica num subúrbio. A proximidade com favelas e a presença constante da região nos noticiários policiais (com tiroteios e queima de ônibus, por exemplo) causa reações diversas. O comandante rubro-negro acredita que o futebol passe ao largo desses problemas. “O futebol não é alvo desse tipo de coisa”, arrisca. No entanto, o zagueiro diz que para chegar lá não deva ter nenhum problema, mas para sair… “Pode ter problemas após o jogo”, diz.
A última partida disputada pelo Flu em Mesquita foi contra o Figueirense. Os cariocas venceram por 3 a 0, com três falhas incríveis do goleiro Édson Bastos. De volta a Florianópolis, a delegação catarinense contou que passou por uma região parecida com uma guerra. Gente armada pelas ruas e muitas cenas de destruição.
Petraglia confirma as notícias sobre a Arena
O Atlético já tem uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a conclusão da Arena. A direção do clube já abriu negociações com o governo para realizar o sonho de concluir o Joaquim Américo e ter o melhor estádio da América do Sul. O único empecilho, segundo os dirigentes, continua sendo a presença do Colégio Expoente na área a ser construída.
Como a Tribuna antecipou ontem, o presidente Mário Celso Petraglia esteve em Brasília na terça-feira para agilizar o processo com o ministro dos Esportes Agnelo Queiróz. Agora, a tarefa é negociar com os donos da escola para as obras possam começar. A reportagem tentou um contato com os responsáveis pelo Expoente, mas não obteve sucesso. Os diretores disseram que o colégio não está falando sobre o assunto porque o caso está na justiça.
Para que as obras possam começar é necessária a retirada de um laboratório e de uma quadra esportiva. O custo dessa mudança do terreno localizado na Rua Madre Maria dos Anjos para as novas instalações do próprio colégio na Rua Pedro Menna Barreto Monclaro seria de cerca de R$ 400 mil. Informações de bastidores dão conta que as partes já estariam acertadas ou prestes a resolverem o problema.
Carlos Alberto na frente
Durante o treino tático-técnico da manhã de ontem, nas Laranjeiras, Carlos Alberto teve mais uma surpresa. Ele foi testado como segundo atacante, ao lado de Sorato, e agradou ao técnico Renato Gaúcho, que deve escalá-lo nesta posição contra o Atlético-PR, sábado, em Édson Passos. O treinador tricolor afirmou que o jogador, às vezes, atrapalha o desenvolvimento das jogadas por segurar demais a bola no meio-campo. Por isso, Carlos Alberto jogará mais avançado, num setor em que poderá ser mais útil com seus dribles.
A mudança também servirá como um “esquema anti-violência” para evitar que Carlos Alberto seja caçado em campo como tem sido nos últimos jogos do Fluminense. Segundo Renato Gaúcho, com o apoiador atuando mais próximo da área, os adversários pensarão duas vezes antes de cometer uma falta. O jogador concordou com a teoria do técnico tricolor.