Atlético-PR protesta contra jogo no Morumbi

morumbi.jpgO Atlético-PR resolveu contestar a marcação da segunda partida da decisão da Copa Libertadores para o Morumbi, no dia 14. A alegação é que o apedrejamento do ônibus do River Plate na chegada da delegação argentina ao estádio do São Paulo, para o primeiro jogo entre eles pela semifinal, e a briga entre torcedores do time visitante e a Polícia Militar mostram que o Morumbi não oferece a segurança necessária.

Os dirigentes do Atlético sabem que não vai dar em nada, mas nem por isso vão perder a chance de tentar irritar a diretoria do São Paulo.

"O jogo de volta não deveria ser no Morumbi", disse o técnico do Atlético, Antônio Lopes, depois do treino da manhã desta terça-feira. "Os torcedores do River não tiveram segurança. A CBF e a Conmebol deveriam ver isso."

A declaração de Antônio Lopes certamente foi bem recebida pela imprensa paranaense. Com raras exceções, os jornalistas passaram os dois últimos dias falando em complô contra o Atlético e contra o Estado no momento em que um clube do Paraná disputa o mais importante título de sua história.

O fato de o regulamento da Conmebol, assinado por todos os clubes no início da competição, determinar que a decisão só poderia ser jogada em estádios com capacidade mínima para 40 mil pessoas não foi levado em conta, assim como não foi considerado o fato de a arquibancada tubular ter sido montada em cima da hora – os dirigentes do Atlético já poderiam tê-la providenciado desde que o time fez 3 a 0 no Chivas na primeira partida das semifinais.

O ex-goleiro Raul Plasmann, atualmente comentarista de uma afiliada da TV Record no Paraná, estava revoltado ontem: "Tiraram esse direito (de jogar na Arena) do Atlético. Isso poderia ter sido evitado.”

Além das confusões ocorridas no Morumbi no jogo de ida entre São Paulo e River, foram bastante lembrados os incidentes de Buenos Aires na partida de volta, quando o São Paulo teve o ônibus apedrejado e, dentro do Estádio Monumental de Nunez, os torcedores brasileiros foram alvos de pedradas dos argentinos.

O argumento é que estádios com capacidade para 65 mil pessoas, caso do Monumental de Nuñez, não são necessariamente seguros. A Conmebol, porém, não permitiu a realização da partida desta quarta-feira na Arena da Baixada porque considerou as arquibancadas tubulares colocariam em risco a integridade física dos torcedores, independentemente de acontecerem confusões.

Prejuízo

A diretoria do Atlético, além da revolta com a posição irredutível da Conmebol, lamenta o prejuízo que o clube terá com a não-realização da partida na Arena. Só para jogar no Beira-Rio, terá de pagar R$ 200 mil ao Internacional. Além disso, pagou R$ 1 milhão à empresa responsável pela montagem das arquibancadas tubulares. E com a redução do preço dos ingressos para R$ 5 (arquibancadas) e R$ 15 (cadeiras), para tentar levar o maior número de torcedores possíveis, o Atlético certamente irá arrecadar menos do que se atuasse em seu estádio. Na Arena, a arquibancada seria vendida por R$ 40. Há, também, despesas com a viagem ao Rio Grande do Sul e hospedagem.

Nesta quarta-feira, o Beira-Rio não deverá receber grande público, apesar de alguns integrantes de torcidas organizadas do Atlético jurarem que levariam 40 mil pessoas a Porto Alegre.

Com a confirmação do local da partida, a fila que desde sexta-feira se formou na Arena diminiu bastante na noite de segunda-feira. E, nesta terça, a procura por ingressos era pequena até o meio da tarde.

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