Numa repetição marcada pelo extremo rigor registrado nos últimos anos, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, informou as perdas ocasionadas pela estiagem na estimativa inicial da safra paranaense de verão.
De acordo com os dados do Deral, os produtores rurais sofreram prejuízo de R$ 1,5 bilhão, resultado da diminuição em 13,8% do total estimado de 29,27 milhões de toneladas de grãos. O Deral reformulou sua previsão para 25,22 milhões.
A estiagem comprometeu em cerca de quatro milhões de toneladas as colheitas de milho e soja, principais produtos da safra agrícola dos primeiros meses do ano. Segundo os técnicos, as precipitações pluviométricas do final de janeiro trouxeram alguma estabilização para essas lavouras, evitando uma quebra ainda mais drástica.
O agricultor sabe por experiência própria, ante a recorrência com que os prejuízos têm se avolumado nos últimos anos, que a atividade está cada vez mais subordinada ao risco.
Daqui em diante o papel da pesquisa agronômica será indispensável na busca de variedades mais resistentes e adaptadas às variações climáticas, sobretudo diante da precariedade do regime de chuvas ao longo das fases de desenvolvimento dos cultivos.
Todavia, para se obter resultados efetivos nesse campo é requerida a predisposição governamental de fazer investimentos maciços na capacitação dos recursos humanos, equipamentos e laboratórios necessários para a pesquisa.