Pela primeira vez desde o início da Sondagem da Construção Civil, há um ano, a atividade do setor recuou em relação ao mês anterior, registrando 47,2 pontos em janeiro último, informa a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (23), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador varia de zero a cem e valores acima de 50 indicam crescimento da atividade.
A CNI assinala na pesquisa, contudo, que esta queda pode ser sazonal, pois o nível de atividade efetivo em relação ao usual – ou seja, a avaliação das empresas sobre o ritmo habitual do setor nos meses de janeiro – ficou em 51,6 pontos. O índice acima dos 50 pontos“ mostra que a atividade não está desaquecida”, enfatiza a Sondagem.
Segundo o gerente-executivo da Unidade de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, o nível de atividade efetivo em 51,6 pontos sinaliza que o crescimento da construção civil não está se revertendo. “Parece ser um dado sazonal e, como tal, o setor deverá voltar a crescer”, assinala.
O índice da atividade da construção civil em dezembro passado havia atingido 51 pontos. Por porte de empresas, as pequenas registraram a maior retração, com 44,6 pontos em janeiro, seguidas pelas médias, com 47,8 pontos. O ritmo das grandes empresas ficou em 49 pontos.
Por sub-setores, o maior declínio ocorreu em obras de infraestrutura, com 45,1 pontos, enquanto os serviços especializados ficaram em 46,2 pontos e a construção de edifícios situou-se em 47,3 pontos em janeiro. A Sondagem da Construção Civil revela que o número de empregados no setor manteve-se praticamente estável em janeiro, com 49,5 pontos.
Otimismo
Apesar da queda na atividade, os empresários da construção civil estão mais otimistas sobre os próximos seis meses em fevereiro do que em janeiro. As expectativas sobre o nível de atividade atingiram 63 pontos (contra 61,9 pontos em janeiro) e 63,3 pontos sobre novos empreendimentos e serviços (foram de 62,8 pontos no mês anterior), chegando a 61,5 pontos – contra 59,9 em janeiro – nas compras de insumos e matérias-primas. As previsões sobre número de empregados chegaram a 61,3 pontos.
A Sondagem da Construção Civil ouviu 390 empresas entre 31 de janeiro e 14 de fevereiro, das quais 190 pequenas, 148 médias e 52 grandes. Informa a CNI que a partir da pesquisa de janeiro, as perguntas sobre evolução do número de empregados e expectativa do número de empregados passam a ser feitas mensalmente.