Há algumas semanas, repercutiu muito mal em Curitiba a decisão dos vereadores de aumentarem seus próprios salários. Mesmo afirmando que a mudança seria colocada em prática apenas na próxima legislatura (a que se inicia no ano que vem), ninguém engoliu a história do reajuste dos vencimentos. A reação gerou até infelizes declarações de vereadores, dizendo que se as pessoas quisessem ganhar tanto quanto os políticos, que então se candidatassem.

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Pois bem. Embutido no aumento dos vereadores também entrou o aumento dos salários dos secretários municipais, do vice-prefeito e do prefeito de Curitiba. Nesta semana, o prefeito Beto Richa decidiu vetar parcialmente o projeto e recusar o reajuste de quem estiver na Prefeitura da capital do Estado a partir de 2009.

Foi um ato correto do prefeito – por mais que alguns possam julgar como ?eleitoreiro?, por ser tomado na segunda semana de campanha eleitoral para o pleito municipal de 5 de outubro. Antes de mais nada, não havia como vetar o projeto antes de ele ir para a Prefeitura, por isso o mandatário tomou a decisão agora.

Mas é, acima de tudo, uma ação positiva em um momento de séria descrença com a classe política. Depois de tudo que se viu na Câmara dos Deputados e no Senado Federal nos últimos anos, problemas e denúncias começaram a surgir no Paraná. E são de toda sorte -aproveitamento do cargo, falta de comparecimento, contratação de ?fantasmas?, e por aí vai. Hoje, mesmo estando a menos de três meses da mais importante decisão que tomaremos para nossas cidades, não se vê agitação nem empolgação dos cidadãos com a eleição de outubro.

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Por que será? O motivo está nos jornais, nas rádios e na TV. É a falta de comprometimento da maioria dos políticos com as necessidades da população. É a dificuldade da maioria em perceber que há muita gente precisando de ações imediatas, de decisões rápidas e que façam o bem dos cidadãos comuns. Olhando por este prisma, foi bom saber que há gente no mundo da política que percebe as reações da sociedade.