Bombas explodiram hoje em Bagdá e na cidade setentrional de Kirkuk, matando pelo menos 60 pessoas, informam autoridades iraquianas. A escalada de violência aumenta a tensão no momento em que o primeiro-ministro se prepara para ir aos Estados Unidos manter conversações e buscar uma forma de evitar que o país mergulhe numa guerra civil.
As explosões ocorrem enquanto as forças iraquianas e americanas montam uma grande operação de repressão contra a milícia xiita mais temida do país, o Exército Mahdi, acusado pela comunidade sunita de responsabilidade por muitos dos seqüestros e assassinatos que ameaçam dividir o Iraque.
A explosão em Bagdá ocorreu quando um motorista suicida detonou uma minivan no bairro de Cidade Sadr, área de Bagdá dominada pelo Exército Mahdi. O atentado atingiu a entrada do mercado Jameelah, repleta de compradores e vendedores no primeiro dia útil da semana iraquiana.
Uma nota do Exército iraquiano afirma que 34 pessoas morreram e 73 ficaram feridas. Oito mortes ocorreram mais tarde, quando uma segunda bomba explodiu, duas horas depois, num prédio público municipal de Cidade Sadr.
Em Kirkuk, um carro-bomba explodiu ao meio-dia nas proximidades de um tribunal, no distrito mercantil da cidade, matando 17 pessoas e ferindo outras 30, de acordo com o general de polícia Sarhat Qadir. Foi o quarto ataque com carro-bomba em Kirkuk no mês, onde as tensões se intensificam entre as comunidades árabe, curda e turcomana pelo controle da vasta riqueza petrolífera da região.
A onda de atentados, assassinatos e matanças entre grupos étnicos mergulhou o novo governo iraquiano de unidade nacional em uma crise profunda, apenas dois meses depois de o premier Nouri al-Maliki ter chegado ao poder prometendo a reconciliação nacional e a criação de condições para a retirada das tropas americanas. Al-Maliki e uma grande delegação partiram para Washington hoje, onde se reunirá, na terça-feira, com o presidente George W. Bush.