Até Doha vai pagar pela queda do dólar

A expectativa de conclusão do acordo agrícola da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), em junho, levará o Brasil a encarar uma complicada negociação interna. Em um ambiente de gritaria do empresariado contra a taxa de câmbio valorizada e de apelos por mais proteção recentemente atendidos, o governo será obrigado a rever suas ofertas de abertura de mercado nas áreas industrial e de serviços. Nessa sinuca, novas correntes dentro do governo querem que o setor de serviços pague a maior parte da conta de um bom acordo agrícola.

"O Brasil não tem muito o que conceder na área industrial. A tarifa média já é baixa", disse uma fonte próxima ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O setor de serviços é muito fechado. Os Estados Unidos e a União Européia querem essa abertura. O governo tem de abrir.

Na quinta e sexta-feira da semana passada, os quatro protagonistas da Rodada Doha – Estados Unidos, União Européia, Brasil e Índia – aproximaram as posições sobre o capítulo agrícola e acenaram com a possibilidade de conclusão do acordo em um encontro agendado para 19 e 20 de junho, no Rio. Essa reunião ocorrerá logo depois da cúpula do G-8, grupo das sete economias mais industrializadas mais a Rússia, no balneário de Heiligendamm, Alemanha, nos dias 7 e 8 de junho.

A expectativa é a de que, dessa cúpula, saia uma instrução política clara para tornar viável a conclusão do acordo agrícola da Rodada Doha antes do fim do semestre. Para esses debates, foram também convidados o presidente Lula e chefes de Estado de outros quatro países emergentes – México, China, Índia e África do Sul.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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