A onda de ataques que deixou 18 mortos no Rio pôs a polícia de São Paulo em alerta. A preocupação sobre possíveis ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) no início do governo de José Serra (PSDB) é um temor de parte da cúpula da Segurança Pública do Estado. Por enquanto, nenhuma ordem para novos atentados foi detectada pelos serviços de inteligência que justifique esse receio.
Os responsáveis pelo acompanhamento dos movimentos da cúpula do crime organizado resumem a situação dizendo que, se a ameaça de novos ataques do PCC não acabou no Estado, pelo menos ela é considerada uma possibilidade fraca. O Estado ouviu oficiais do Exército, dirigentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e delegados e oficiais das Polícias Civil e Militar.
?Evidente que isso não é uma equação matemática, mas é improvável que ocorra qualquer coisa em São Paulo?, disse um dirigente da SAP. Nenhuma das mensagens entre presos interceptadas recentemente faz qualquer tipo de menção aos atentados no Rio ou sobre planos para São Paulo.
Além disso, a inteligência da Polícia Civil manteve contato com o secretário da Segurança do Rio, Roberto Precioso, em busca de indícios que vinculassem as ações de ontem aos ataques deste ano em São Paulo. Nada foi encontrado.
Para oficiais do Exército, dos Comandos Militares do Leste (Rio) e do Sudeste (São Paulo), os atentados no Rio foram ações pontuais e sem ligação com os ataques empreendidos pelo PCC em São Paulo, entre maio e agosto deste ano. Mesmo com a situação tranqüila, policiais de São Paulo estão em alerta para o caso da volta dos atentados. ?Estamos prontos para responder a qualquer ação?, disse o coronel Joviano Conceição de Lima, do Policiamento de Choque.