Ataques americanos matam extremistas na Somália

Dois ataques aéreos americanos na Somália mataram um grande número de extremistas islâmicos, afirmaram hoje funcionários do governo e testemunhas. Os alvos eram suspeitos dos bombardeios de duas embaixadas dos Estados Unidos no leste da África, em 1998. Os ataques, lançados por um helicóptero de apoio AC-130, aconteceram depois que suspeitos de terrorismo foram vistos escondidos numa ilha remota no extremo sul da Somália, perto da fronteira com o Quênia, de acordo com funcionários somalis. Foram atingidas a ilha e uma localidade situada a 250 quilômetros ao norte.

Foi a primeira ação abertamente militar dos Estados Unidos na Somália desde os anos 1990 e do legado de uma intervenção mal feita – conhecida como "Falcão Preto Doente" – que deixou mortos 18 americanos a serviço das forças dos EUA. O Exército americano informou hoje que havia enviado um avião para se juntar aos navios de guerra que já conduzem operações antiterroristas na costa somali.

Os navios de guerra estão tentando capturar membros da Al-Qaeda que se acredita estejam fugindo da Somália depois que a Etiópia invadiu o país em 24 de dezembro para ajudar o governo somali e iniciou missões com vôos de inteligência sobre os céus da Somália. O presidente Abdullahi Yusuf disse aos jornalistas na capital Mogadiscio que os EUA "têm o direito de bombardear suspeitos de terrorismo que atacaram suas embaixadas no Quênia e na Tanzânia". Ontem, Yusuf entrou na capital pela primeira vez desde que foi eleito.

O vice-primeiro-ministro Hussein Aideed afirmou à agência Associated Press que os EUA têm "o nosso apoio total para os ataques". Mas outras pessoas na capital disseram que eles vão apenas aumentar o sentimento antiamericano neste país, cuja maioria da população é muçulmana. "O envolvimento dos EUA nos combates em nosso país é completamente errado", afirmou Sahro Ahmed, de 37 anos, mãe de cinco filhos.

Muitas pessoas na Somália (predominantemente muçulmana) já não viam com bons olhos a presença de soldados da vizinha Etiópia, que têm uma grande população cristã e travou duas guerras brutais com a Somália, a mais recente em 1977. As forças etíopes invadiram a Somália para evitar que um movimento islâmico expulsasse o governo do país – fraco e reconhecido internacionalmente – de sua fortaleza no oeste do país. Os EUA e a Etiópia acusam o grupo islâmico de acolher extremistas, entre os quais estariam suspeitos da Al-Qaeda.

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