A explosão de um caminhão-bomba deixou pelo menos 102 mortos e 204 feridos em um movimentado mercado freqüentado por curdos xiitas no centro de Bagdá neste sábado, disseram fontes policiais. Segundo a polícia iraquiana, os explosivos estavam escondidos sob caixas de alimentos posicionadas na caçamba de um veículo estacionado próximo à movimentada feira de Sadriya. A detonação destruiu lojas, barracas e ao menos 13 carros que também estavam estacionados no local.
Uma espessa nuvem de fumaça negra pode ser vista sobre a cidade enquanto ambulâncias levavam os feridos para os hospitais mais próximos, que logo ficaram lotados. Testemunhas disseram que os moradores da região participavam do resgate das vítimas.
A explosão ocorreu por volta das 16h40 (horário local), um horário em que o mercado estava repleto de consumidores em busca de alimentos para suas refeições noturnas. Esse é o último de uma série de atentados contra alvos comerciais no país árabe, em uma aparente campanha dos insurgentes para maximizar o número de civis mortos nos ataques. O ataque ocorre a poucos dias do início de uma nova estratégia americana para sanar a violência sectária que castiga o país há um ano.
Pedido de paz
Numa tentativa de acalmar a violência sectária que castiga o Iraque há um ano, um dos mais importantes clérigos xiitas do país quebrou um longo período de silêncio neste sábado e pediu por unidade entre os muçulmanos xiitas e sunitas.
Em nota divulgada por seu gabinete, o Grande Aiatolá Ali al-Sistani reconhece que as diferenças entre muçulmanos sunitas e xiitas sempre existiram, mas argumenta que a divisão não deve ser motivo para derramamento de sangue. Esse é o primeiro pronunciamento público do clérigo sobre a crise de segurança desde outubro. "Todos sabem da necessidade desesperada por unidade e a renúncia das divisões, evitando o fanatismo sectário e as crescentes disputas", diz a nota.