Uma bomba despejada por uma aeronave da aliança militar estrangeira liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão provocou a morte de dez policiais em uma província do sul do país, informou nesta quinta-feira (17) o subdiretor da polícia de fronteira afegã, general Abdul Rahman.
O Exército dos EUA informou que "o incidente está sendo investigado". Por sua vez, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, denunciou o ataque aéreo, promovido por um avião americano.
Mais 16 pessoas morreram em outros episódios de violência ocorridos hoje em outras partes do Afeganistão, entre elas um soldado americano atingido por uma mina terrestre.
Os dez policiais morreram quando um avião de guerra da coalizão "despejou uma bomba", aparentemente por engano, sobre dois veículos da polícia de fronteira em Turwa, na província de Paktika. Não houve sobreviventes no episódio ocorrido hoje, disse Rahman.
O coronel americano Tom Collins, porta-voz da coalizão estrangeira, disse estar ciente dos relatos, mas não poderia "divulgar detalhes por enquanto porque o incidente está sendo investigado".
Aparentemente, os pilotos das aeronaves acreditavam que os dois caminhões atingidos eram guiados por insurgentes em fuga de um local onde soldados americanos e afegãos haviam sido atacados pouco antes.
Em outros episódios, dois militantes suicidas promoveram atentados contra soldados dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), provocando a morte de um civil afegão e ferindo um militar americano.
Enquanto isso, homens armados raptaram 17 agentes de saúde no sul do Afeganistão, mas os libertaram ilesos pouco depois, informou a Otan.
O Afeganistão atravessa atualmente o pior período de violência desde a queda do regime liderado pela milícia fundamentalista islâmica Taleban, no fim de 2001.
Karzai declarou-se "chocado e furioso" com o ataque aéreo em Turwa. "Em diversas ocasiões pedi às forças de coalizão que tomassem o máximo de cuidado e eu gostaria que incidentes como esse não mais se repetissem", declarou.