Arrasou

Astro da peça “OE” é aplaudido de pé pelo público no Sesc da Esquina

Eduardo Okamoto atua com uma voz imponente, que torna-se ora aguda, ora grave, conforme as mudanças de personagem ao longo da peça. Ao retratar diferentes nuances de um pai doente e um filho com deficiência intelectual, Okamoto conquistou olhares admirados daqueles que preencheram o Sesc da Esquina, nesta segunda-feira (30), que mal se mexiam em suas poltronas, apenas prestando atenção à atuação inspiradora do artista.

Baseada na obra literária de Kenzaburo Oe, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1994, “OE” foi dirigida por Marcio Aurélio, com dramaturgia de Cássio Pire. A encenação conta a vida de um escritor que deseja, em sua morte, que todos os seus conhecimentos sejam passados para seu filho. Para dar vida a personagens de tamanha complexidade, o ator realizou, em fevereiro de 2014, um estágio no Kazuo Ohno Dance Studio, no Japão.

A simplicidade se mostra protagonista no espetáculo, onde há a utilização de apenas alguns poucos materiais, como um tapete, uma faca, alguns tecidos, um banquinho e as próprias roupas do ator. A visualização da história fica por conta da imaginação dos observadores. Eduardo procura evidenciar seus movimentos corporais na peça, a fim de levar o público a entender os desejos do pai e as necessidades do filho.

Após a peça, podia-se ouvir os murmúrios de satisfação saindo pelas portas do teatro. Maria Cecília Horevicz, estudante de artes cênicas, não poupou elogios. “Eu achei a construção do personagem dele incrível. Achei bem interessante sua capacidade de fazer vários personagens em um só”, conta.

Maria Cecília não foi a única a demonstrar seu contentamento com a peça. Amanda Lira, também estudante de artes cênicas, afirma que achou a atuação de Okamoto forte e impecável. “A única coisa foi o texto, que achei muito longo, então acaba ficando um pouco maçante”, ressalta.

O ator

Eduardo Okamoto já é veterano na área da atuação. Formado em Artes Cênicas, possui mestrado e doutorado pela Unicamp, onde também é docente. É ganhador de prêmios como o Myriam Muniz, do Ministério da Cultura do Brasil, em 2010 e em 2014, sendo, este último, resultado de seu trabalho em “OE”.