Brasília – O setor de materiais de construção tem a expectativa de fechar 2006 com o maior faturamento dos últimos 12 anos. Nos sete primeiros meses do ano, o crescimento acumulado das vendas foi de 6% e a estimativa é chegue a 8% até o final do ano, em relação ao ano anterior. A estimativa é da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco).
As razões para o aumento das vendas estão relacionadas à redução de impostos, da taxa juros (Selic) e à expectativa de melhora na renda, de acordo com o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.
Em fevereiro, o governo federal lançou um pacote que desonerou ou reduziu 41 materiais de construção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em junho, outros 11 produtos foram incluídos na lista. Estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina reduziram também o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) de alguns materiais. ?Para muitos produtos chegou a significar uma redução de 20% do preço. Isso permitiu ao consumidor fazer reformas e ampliações?, disse Cláudio Conz.
A expansão na aquisição de materiais de construção atinge tanto a indústria da construção civil quanto a venda direta ao consumidos, de acordo com Conz. Dados da Anamaco apontam que o setor de construtoras representa 27% do consumo de materiais de construção, os outros 73% se referem à venda direta ao consumidor, que faz obras para ampliar, reformar e mesmo construir casas. Cimento e aço são produtos que lideram o aumento da venda e puxam o consumo de material hidráulico e de acabamento.
No comércio de materiais de construção, o emprego cresceu 2,5% este ano. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, de julho, mostram que a construção civil foi um dos setores que contribuíram para a expansão do emprego com carteira assinada.
Pesquisa do Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) aponta que o nível de emprego formal na construção civil cresceu 6,1% no primeiro semestre deste ano no Brasil, com aumento de 85,3 mil pessoas empregadas no setor.
Apenas na indústria de fabricação de materiais, o reflexo ainda não foi sentido. Segundo o presidente da Anamaco o motivo é que apesar do aumento do consumo interno houve queda na exportação dos produtos.