Em nota divulgada nesta tarde, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Jorge Antonio Maurique, condenou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) por ter criticado as recentes operações da Polícia Federal, entre as quais a que resultou, ontem (13), na detenção da proprietária da loja Daslu, Eliana Tranchesi. Segundo Maurique, a posição da Fiesp é "resquício do período em que convivíamos com uma distinção entre nobres e servos, estando os nobres acima da lei".
Sem mencionar explicitamente a Fiesp, mas referindo-se à "manifestação de conhecida entidade empresarial", a nota do presidente da Ajufe afirma que a Polícia Federal "vem agindo, nessas e nas demais operações que investigam sonegação e lavagem de dinheiro, sempre com fundamentos, com elementos de probabilidade da existência do crime, como bem destacou o respeitado jurista Dalmo Dallari".
Maurique diz ainda, na nota, que seria irresponsabilidade das autoridades envolvidas na operação não levar em conta que havia risco muito grande das provas dos supostos crimes serem eliminadas, daí a necessidade dos mandados de busca e apreensão e das prisões.
"A Ajufe aproveita o episódio para defender um dos mais caros valores da democracia: o de que a Justiça é para todos e não apenas para os mais aquinhoados da sociedade", diz a nota da entidade.