O diretor da Associação Nacional das Operadoras Celulares (Acel) Emerson Costa, afirmou não haver garantias de que seja possível bloquear 100% do sinal nos presídios, principalmente naqueles localizados nos centros urbanos. "É uma questão técnica nova, não podemos falar com 100% de precisão", afirmou.
Ele explicou que o bloqueio é de 100% quando se desliga totalmente a antena. "Pode ser que algum sinal ou outro pegue. Não é 100%. Vamos ver, com a experiência de campo, agora, cumprindo a decisão judicial", afirmou.
Segundo Costa, as operadoras e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vão informar à população, nos meios de comunicação, dos eventuais problemas que poderão ser causados com o desligamento das antenas, já que próximo aos presídios os celulares não deverão funcionar. Ele disse que ainda não foram levantados os prejuízos das operadoras. "As empresas vão colaborar no que for possível porque a situação é grave", afirmou.
Segundo o gerente de Regulamentação dos Serviços Móveis da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Bruno Ramos, será possível cumprir o prazo de 48 horas para o bloqueio. A Anatel está coordenando a operação conjunta das empresas de telefonia TIM, Claro, Vivo, Embratel e Nextel para impedir a comunicação dos detentos via celular, rádio e telefone sem fio.
Hoje representantes das empresas se reuniram na Anatel para fazer um levantamento das antenas de celulares, e da potência de cada uma delas, nas cidades onde ficam os presídios de Avaré, Araraquara, Iaras, Presidente Venceslau, São Vicente e Franco da Rocha. Ramos explicou que serão adotadas soluções diferentes para cada área.
Nos presídios localizados nas zonas rurais, as antenas poderão ser desligadas completamente. Já nos centros urbanos, o desligamento poderá será parcial, somente nos setores das antenas direcionados para os presídios, para tentar evitar que a população seja prejudicada. "Não vai ter grande impacto para a população", garantiu Ramos.
Segundo ele, as antenas têm um raio de alcance que varia de 100 metros a 20 quilômetros. Nas regiões mais populosas há um número maior de antenas, com um raio menor de atuação. Ele disse que a Anatel vai cumprir a determinação judicial e não quis falar se a agência vai ou não recorrer da decisão.