Rio de Janeiro – As importações brasileiras em 2007 deverão crescer 11,3%, puxadas pelo segmento de bens de consumo, cuja alta, prevista pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), deverá atingir 26,6%, em relação a 2006.
O vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, explicou que a taxa de câmbio no atual patamar, inferior a R$ 2,30, é o fator que estimula a importação. E alertou que algumas empresas já começam a substituir a produção ou insumos nacionais por similares importados.
Esse crescimento das importações, explicou, não seria negativo se fosse concentrado em bens de capital. ?Seria benéfico se se concentrasse principalmente em matérias-primas. O item bens de capital deverá crescer 10,4% e matérias-primas, 12,1%, de acordo com as projeções da AEB, mas na realidade é mais um crescimento de substituição da produção nacional, o que é ruim. Se fosse um crescimento do que não é fabricado aqui, seria benéfico", comentou.
Na área de bens de consumo, a compra de produtos não duráveis tem previsão de crescer 20,1% e a de duráveis, até 32,8%, segundo Castro. ?Não vou dizer que sejam bens de consumo supérfluo ? é forte a alta em itens como produtos de toucador, bebidas, confecções, que têm similar nacional".
Entre os alimentos, ele destacou o trigo, cuja produção nacional sofreu queda de 50% neste ano: "Há um aumento expressivo no mercado internacional. E nós vamos ter que gastar muito mais para continuar comendo pão no Brasil".
A estimativa da AEB para o segmento de combustíveis e lubrificantes, no entanto, é de queda de 1,6% nas importações em 2007. Somente para o petróleo, a retração deverá chegar a 12,7%.
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