Assessores apresentam propostas para setor de energia

A necessidade de uma política energética de longo prazo foi o ponto comum enfocado hoje pelos representantes de três dos quatro candidatos à presidência da República que participaram de debate sobre o setor de energia no evento Energy Summit, no Hotel Sheraton, no Rio de Janeiro. 

O físico Luiz Pinguelli Rosa, que representou o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a mudança do programa energético ?sem forte ruptura?.

?Entre 1995 e 2001, as tarifas dobraram, há sete anos não há regulamentação estável para o setor e o País perdeu a vantagem comparativa típica dos países hidrelétricos?, sustentou Pinguelli.

O representante do PT defendeu mudança na política de formação de preços, que, ao invés de serem ditados pelo mercado, passariam a ser controlados a partir de uma competição na fase de licitação do empreendimento. 

De acordo com o plano do PT para o setor energético, haveria a substituição do programa de liberação da energia elétrica ?velha? para ser comercializada a partir de 2003.

?Propomos a prorrogação dos contratos iniciais entre geradoras e distribuidoras, revogando, na prática, a abertura do mercado prevista para o próximo ano. Nosso objetivo é que, desta maneira  as distribuidoras poderiam oferecer à sociedade uma energia barata, fazendo um ?mix? entre a energia dos contratos iniciais e a energia mais cara das novas plantas?, disse. 

O engenheiro Eloi Fernandez, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e representante do candidato do PSDB, José Serra,  defendeu ?a continuidade sem continuísmo?. Ele entende que a prioridade do governo deveria ser atrair investimentos privados para o setor; aumentar o atendimento à população e eliminar subsídios cruzados, além de flexibilizar as tarifas ?de acordo com a real necessidade do consumidor?. Ele também defendeu a dissociação das políticas do gás natural e do petróleo que, na sua opinião, deveriam ter tratamentos diferenciados. 

O representante do PSB no evento, o ex-secretário fluminense Wagner Victer, defendeu ?adequações e não revogações? de quaisquer medidas já implantadas no atual modelo energético. ?Defendemos a manutenção das agências reguladoras e do mandato de seus diretores?, disse. Segundo Victer, o programa do candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, também vai priorizar o potencial regional de geração de energia.

?Vamos aproveitar o bagaço de cana onde ele é mais produzido, explorar a energia eólica no Nordeste e a carbonífera no sul do País?, disse. De acordo com Victer, a prioridade do governo é concluir o programa dutoviário, fechando o sistema que liga a Bolívia ao Brasil, com sua extensão pelo Estado do Rio, Espírito Santo e Bahia. ?Caso isso não seja feito, teremos o risco de ter o ?acesão?, no lugar do apagão, com uma quantidade enorme de gás sendo queimada, sem poder ser aproveitada?, ironizou.

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