Brasília ? Entre os 46 presos pela Operação Sanguessulga, da Polícia Federal, está uma assessora e dois servidores do Ministério da Saúde. Segundo o delegado responsável pela operação, Tardelli Boaventura, a assessora tinha um cargo comissionado e era ex-funcionário da Planam, empresa envolvido no esquema. O Ministério da Saúde divulgou nota para anunciar que os funcionários comissionados serão exonerados e a medida publicada no Diário Oficial da União.
Segundo o delegado, em Mato Grosso, havia uma pessoa da quadrilha dentro da Associação Mato Grossense de Municípios. "Era o elo entre os prefeitos e os empresários para que eles não precisassem bater na porta dos prefeitos", disse. A fonte oferecia o serviço ao prefeito, dizendo que tinha um "bom trânsito" em Brasília e cuidava desde a liberação do recurso na Câmara dos Deputados até a entrega do veículo. E que o prefeito não precisava também se preocupar com a licitação.
Outra pessoa da quadrilha era assessora do Ministério da Saúde. Segundo o delegado, a assessora tinha um papel fundamental. Era ela quem apresentava o projeto do município para o ministro ou secretário-executivo para colher as suas assinaturas para o processo de liberação de verbas ao município. A assessora recebia, segundo a PF, entre R$ 2 mil a R$ 10 mil por projeto que ela fraudasse no ministério. A quadrilha recebeu ilegalmente R$ 110 milhões e deve ter desviado cerca de R$ 50 milhões. Além de superfaturamento, eles entregavam as ambulâncias sem os equipamentos previstos da UTIs.