Assembléia rejeita instalação de usinas de álcool no pantanal do MS

Campo Grande – Com muitas palmas e gritos, os ambientalistas de Mato Grosso do Sul comemoraram hoje a derrota do governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, na Assembléia Legislativa. Os deputados rejeitaram o projeto de lei do governador que permitiria a instalação de usinas de álcool e açúcar na Bacia do Alto Paraguai, região pantaneira do Estado. Foram 17 votos pelo arquivamento e 4 contra e uma abstenção. Dos 24 parlamentares dois faltaram à sessão.

A viúva do ambientalista Francisco Anselmo de Barros, chorou muito. Refeita,disse que "não foi em vão a luta do meu marido. Foi uma vitória da humanidade". Franselmo, como era conhecido, ateou fogo ao próprio corpo durante manifestação pública no dia 12, protestando contra a iniciativa de Zeca do PT. Ele despejou álcool em todo o corpo e em dois colchonetes ateou fogo neles e se deitou. A imolação foi explicada em dez cartas que deixou para a família e amigos.

Votaram a favor da proposta, Loester Nunes (PDT), Paulo Corrêa (PL), Sérgio Assis (PSB) e Luizinho Tenório (PL). Há uma semana, o caso foi analisado pela Comissão de Constituição de Justiça e Redação da AL, e considerado inconstitucional. A sessão de hoje foi para aprovar ou não este parecer. Ele foi aprovado. Ou seja, o projeto foi considerado inconstitucional e rejeitado.

Argumentos

O êxodo crescente por causa da baixa fertilidade das terras agricultáveis foi um dos principais argumentos apresentados ao governador pelos prefeitos dos municípios situados na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai. Para eles, a monocultura canavieira é viável na região e com ela a implantação das usinas. Zeca do PT, defendeu os prefeitos, tentando cancelar a lei estadual de 1982, que proíbe esse tipo de indústria em municípios sob influência do pantanal.

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