A Justiça do Rio de Janeiro convocou para o próximo dia 10 assembléia de credores da Varig que irá analisar a proposta de US$ 500 milhões feita pela VarigLog para compra da companhia aérea. Se a proposta for aceita, um novo leilão será marcado para o dia 12, na sede da Varig, no Rio de Janeiro.

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Em nota divulgada hoje, o juiz da 8ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, explica que, no detalhamento da proposta apresentada pela VarigLog, ficou acertado que haverá um modelo de venda que permita a continuidade operacional da antiga Varig, que herdará todas as dívidas da companhia aérea.

O juiz explicou que os prazos legais para convocação da assembléia e do leilão foram encurtados "devido às necessidades da empresa em recuperação".

A nota informa ainda que a validade das propostas de outros interessados dependerá da comprovação de capacidade financeira de suportar os custos econômico e financeiro da companhia. Essa comprovação deverá ser feita por meio de fiança bancária, a ser apresentada no momento do lance.

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A proposta da VarigLog contemplava um aporte de até US$ 20 milhões para sobrevivência da companhia aérea até a data do leilão. Caso ela não seja vencedora, o consórcio que arrematar a Varig terá de ressarcir imediatamente a quantia, mais um valor de 10% a título de prêmio.

Outra proposta

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O ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Roberto Lima Netto, está montando uma proposta para concorrer no leilão da Varig. Lima Netto está trabalhando junto com a consultoria americana Cinzel Partners. Segundo Marcelo Bastados, sócio e representante no Brasil da consultoria, o plano é investir US$ 600 milhões para comprar e operar a Varig. Segundo Bastos, a idéia é formar um consórcio, já que estão ocorrendo conversações com fundos de investimentos para levantar o dinheiro.

O ex-presidente da CSN revelou que esse consórcio era um dos investidores que estava mantendo conversações com o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), na época em que a organização de funcionários venceu o primeiro leilão da Varig, com uma proposta de R$ 1 bilhão. A oferta do TGV, no entanto, foi desqualificada pela Justiça do Rio porque não houve comprovação da origem do dinheiro. "Não importa se a Varig velha parar de voar. O que importa é a Varig nova funcionando", afirmou Lima Netto.

Bastos disse que está esperando a definição das regras do leilão da Varig para poder apresentar o projeto de investimento ao juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, o que pode acontecer ainda esta semana. O plano é o consórcio deter em torno de 25% a 30% da Varig. Outros 20% ficariam com os funcionários e o restante poderia ser pulverizado no mercado financeiro. De acordo com Bastos, o investimento seria feito por meio de recursos próprios do consórcio, não havendo necessidade de recorrer ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Lima Netto afirmou que está elaborando a reestruturação operacional da Varig e que ele seria o presidente da companhia no eventual sucesso da negociação de seu consórcio. Segundo ele, o plano é manter a Varig com um número reduzido de aeronaves e um quadro mais enxuto de pessoal do que a empresa tem hoje.