O segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva nem completou seis meses e os partidos de esquerda (PSB, PDT e PCdoB), integrantes da coalizão, vexados com o assédio do PT sobre a nata do conservadorismo representada por PP, PR e PTB, reclamam do tratamento pouco generoso que lhes é retribuído.
Na condição de parceiros históricos das campanhas feitas pelo PT para chegar ao poder federal, atingidos em cheio pela pretensa superioridade do antigo associado, sem fazer cerimônia, passaram a falar sobre a sucessão presidencial de 2010.
Mais que isso, o chamado ?bloquinho? afirma contar com um candidato altamente palatável na pessoa do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), já experimentado em duas tentativas de chegar à Presidência.
O sentimento que perpassa as hostes agrupadas à esquerda da frente governamental não é infundado. Ao pensar na sucessão presidencial, o PT dá mostras de estar à vontade para trabalhar com base no apoio do resíduo conservador (PP, PR e PTB), partidos que em insólita coincidência servem de casamata a inúmeros mensaleiros e sanguessugas.
A parceria petista com os partidos conservadores, por enquanto exclui o PMDB, dono da maior bancada na Câmara (91 deputados), que desde já trabalha para alinhavar a prerrogativa de indicar o candidato do lulo-governo.
O líder do PSB, deputado Márcio França (SP), falando em nome dos 78 integrantes do ?bloco da verdade?, levanta sérias dúvidas sobre o sucesso da relação do PT com a direita. A conferir.