A missão do Brasil na ONU em Genebra é vítima de um assalto misterioso. A casa do embaixador brasileiro Luis Felipe de Seixas Correa foi invadida no final da semana passada por um grupo de ladrões que levaram o cofre da missão com jóias, bens pessoais da família do diplomata e outros itens da casa. A polícia de Genebra está investigando o assalto e, nos próximos dias, chamará cada um dos funcionários da casa do diplomata para responder a questões.
A primeira hipótese é de que a casa da missão diplomática tenha sido invadida por um grupo que vive a poucos quilômetros de Genebra, já no território francês.
A casa, de quatro andares, com elevador e um jardim de proporções de um parque, estava praticamente vazia quando ocorreu o assalto. Seixas Correa estava no Brasil, enquanto sua esposa fazia uma viagem a Paris. Apesar de a casa contar com cinco funcionários permanentes, apenas uma empregada estava no local no momento do assalto. Ela não teria ouvido o arrombamento da casa pelos ladrões.
Segundo a polícia, a porta dos quartos do embaixador foi arrombada e o cofre, que pesava vários quilos, foi levado, além de alguns outros bens. Abatido, Seixas Correa apenas confirmou o incidente, mas preferiu não dar detalhes do assalto. Curiosamente, o restante dos bens de luxo da casa da missão, inteiramente decorada, não foi tocado.
Por mais tranqüila que pareça a situação da segurança na Suíça diplomatas apontam que 25 casos de assaltos a casas ocorrem em Genebra por dia. Desde o incidente, a polícia tem feito visitas freqüentes à casa para tentar levantar informações sobre os ass altantes. Seixas Correa ainda conta que a segurança foi reforçada.
O incidente acabou obrigando negociadores que normalmente se hospedam na casa da missão quando estão em Genebra a buscarem hotéis pela cidade. Na segunda-feira, o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos do Itamaraty, Clodoaldo Hugueney, esteve em Genebra, mas preferiu não se hospedar na casa oficial. Roberto Jaguaribe, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, também passou pela Suíça, mas teve de procurar um hotel.