* Bichanos, fora ! – Certifico e dou fé que intimei a ré da obrigação de fazer a retirada dos gatos (felinos) que habitam seu apartamento. Informo ao MM. Juízo que, ao contrário do que consta no mandado, o número de gatos no interior da residência e telhados contíguos é incontável, mas este meirinho acredita que sejam superior a cinqüenta". (De uma certidão de oficial de Justiça, na 10ª Vara Cível de Porto Alegre).
* Hoje não ! – "Certifico e dou fé que entreguei cópia do mandado e da petição inicial ao réu, o qual negou-se a assinar a contrafé, alegando ser hoje 13 de agosto, dia para o qual ele não quer chamar mais azar". (De uma certidão de oficial de Justiça, em ação de indenização, em 13.08.2002, terça-feira, na 7ª Vara Cível de Porto Alegre).
* Procura-se uma Bic nova – "Certifico e dou fé que citei pessoalmente o réu, lendo-lhe o mandado, entregando-lhe contra-fé que recebeu e por todo o conteúdo ficou de tudo bem ciente e apenas não assinou o mandado pois a caneta estava falhando". (De uma certidão de oficial de Justiça em Campo Belo-MG).
* Pássaro mutuário ? – "Até o joão-de-barro tem direito a casa, então por que querem suprimir idêntico direito de um mutuário que acreditou em propagandas mirabolantes do finado BNH" ? (De uma apelação no TRF-3).
* Bicharada – "Ao intimar os réus para fazerem, no prazo fixado, a retirada dos gatos, não consegui contar a quantidade exata, pois vários deles se encontravam correndo pelo pátio e pelo menos uma dezena dos felinos estava sobre os telhados vizinhos". (Da certidão de um oficial de Justiça, ao cumprir mandado de intimação expedido pela 10ª Vara Cível de Porto Alegre).
* Em lugar incerto, mas bem sabido – "Certifico que deixei de citar o executado, porque sua esposa (sra. XXX) me informou que seu marido atualmente encontra-se morando sempre na casa da amante, cujo endereço exato não soube me informar, mas dizendo que se trata da Rua João Inácio, quase esquina da Rua Voluntários da Pátria". (Da certidão de um oficial de Justiça, no foro distrital do Sarandi, Porto Alegre).
* Bichano de cor incerta – "O apelante só não vai dizer que gato preto dá azar, para não cometer preconceito racial". (De uma petição de apelação em ação reparatória por dano moral, na 13.ª Vara Cível de Porto Alegre)
* Salada de frutas – "Em resumo, vê-se que o réu pretende livrar-se de seus abacaxis, oferecendo à penhora bens que, por já estarem penhorados são verdadeiros pepinos". (De uma impugnação a embargos do devedor, na 7.ª Vara Cível de Porto Alegre).
* Penhora erótica – "Depois das formalidades legais, procedi à penhora e avaliação de quatro bonecas infláveis, em látex resistente, com ânus, vagina e boca vibratória, bocas de sucção e emite sons de gemidos operados por controlador, em estado de novas, avaliadas, cada uma, em R$ 560,00".
(Certidão de um oficial de Justiça, na 21.ª Vara do Trabalho de São Paulo, na execução de sentença promovida por ex-empregado contra um sex-shop).
* Suicídio acidental – "Por ato involuntário e não premeditado, o contratante suicidou-se, acarretando, consequentemente, morte acidental". (De um acórdão do TJRS).
* Saravá ! – "Achamos difícil o retorno de nosso capital, de vez que o mutuário abandonou as lides agropecuárias, dedicando-se atualmente às atividades sobrenaturais, onde exerce as altas funções de pai-de-santo". (De um laudo de inspetor de agente financeiro, juntado a uma contestação em ação revisional).
* Desculpe a falha – "Senhor juiz, perdoe o mal-acabamento, pois estou aqui na sala reservada aos advogados, e não há mais papel e esta máquina de escrever manual é um horror". (Fecho de uma petição de réplica, em processo da Comarca de São Lourenço do Sul-RS).
* Juízo final – "Todos somos mortais. Mais dia, menos dia, não sabemos quando, estaremos partindo, alguns por méritos para ver a face de Deus. Isto não pode ser tido por risco de dano". (De uma decisão na 7.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, quando o juiz indeferiu pedido de antecipação de tutela formulado por pessoa portadora do vírus HIV).
* Que azar, coitada ! – "Ela contraiu a doença na época em que ainda estava viva". (Da petição inicial de uma ação de cobrança, contra seguradora, na 7.ª Vara Cível de Porto Alegre).
* Cruz, credo ! – "Depois de algum tempo de efetivo corte, a água corrente foi reinstalada no cemitério para a satisfação dos habitantes". (Da resposta da administração municipal de Cabo-PE, a um pedido de informações apresentado pelo Ministério Público).
* Te escapa, porque estão pegando – "Não vou entregar coisa nenhuma, e te arranca daqui se não vou te botar os cachorros em cima.(…) E, em seguida, pôs-se a atiçar os cães contra mim, obrigando-me à retirada imediata". (De uma certidão de oficial de Justiça, na 7.ª Vara Cível de Porto Alegre, relatando a reação da executada, após frustrada tentativa de recolhimento de bens que haviam sido penhorados).
* Bem armado! "A vontade do apelante é somente restituir o apelado equivalente e permissivo, expurgando as cobranças indevidas, e não deixar o banco em mora. E necessariamente, precisa de uma iniciativa do Judiciário, para paralelo à lei, pagar o referido bem até sua quitação. Ademais, o apelante está munido legalmente de "armas" (diplomas legais) que o auxiliam a resgatar seus direitos auferidos pelo apelado." (De uma apelação do devedor, em ação revisional, na comarca de Canoas)
* Solução… – "O mutuário que era solteiro vendeu a mula de estimação para casar". (De um laudo de inspeção da carteira agrícola do Banco do Brasil, em Alegrete-RS).
* Bichos protegidos – "Com a nova Lei Ambiental, até afogar o ganso passou a ser crime". (De uma petição de razões finais, em ação penal, na comarca de Santarém – PA).
* Só com a ajuda do Altíssimo – "Nestas condições, somente Deus ou o autor da fraude, ainda que se lembre da data da execução da montagem ilícita, é que poderia responder a tal questionamento". (De um laudo pericial, na Vara Cível da comarca de União da Vitória-PR).
* O muro interminável – "O prazo estipulado de dez dias para a feitura do muro de arrimo, em épocas de intensas chuvas, é materialmente irrealizável, quando mais iniciável. A ameaça de embargo de obra é inusitada pela inocuidade da medida, uma vez que exatamente deve esta construção prosseguir para que se dê o muro de arrimo pretendido. Mas, para não polemizar, está efetivamente o requerente providenciando a estruturação de sua divisa. Agora, o tempo necessário para o desideratum, somente a natureza divina pode fixar…" (De uma contestação, na comarca de Chapecó – SC).
* Pouca água – "É evidente então, que o autor está notoriamente distorcendo os fatos, querendo transformar verdadeiro ‘copo d’água’ em tempestade ou o que é pior, buscar vantagem da situação, agraciando-se por meio da indenização que está a pretender". (De uma contestação de banco, em ação revisional, na comarca de Não me Toque).
Extraído de www.espacovital.com.br