As conseqüências da fiança ou aval prestados por um cônjuge sem a outorga do outro

É comum no dia a dia que o cônjuge venha a garantir certas obrigações a um amigo, parente, …porém, deve se ter muito cuidado na prestação de fiança.

O art. 1647, inciso III, do Código Civil estabelece, ipsis litteris, que:

?Art. 1647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem a autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

III prestar fiança ou aval;

Assim, interrogamos o que acontecerá se um dos cônjuges vier a prestar fiança ou aval sem a outorga do outro, quando o regime do casamento não for o da separação absoluta?

A fiança ou o aval prestados invalida o ato por inteiro tornando nula a garantia. Sendo nula a garantia prestada esta não pode produzir efeitos e não produzindo efeitos não existirá responsabilidade patrimonial.

Ainda se pode questionar se a nulidade da fiança ou aval é ampliada ao cônjuge que consentiu expressamente, ou seja, somente o cônjuge que não consentiu com a fiança ou aval estará livre de qualquer responsabilidade ou também aquele que consentiu?

O fato de ser nula a garantia ocorre por inteiro não produzindo nenhum efeito. Assim, não somente o cônjuge que não assumiu o compromisso, mas também o cônjuge que assumiu o compromisso da fiança ou aval estarão livres de responsabilidade patrimonial.

Robson Zanetti é advogado. Doctorat Droit Privé Université de Paris 1 Panthéon/Sorbonne. Corso Singolo Diritto Privato Università degli Studi di Milano. E-mail: robsonzanetti@robsonzanetti.com.br 

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