As condições de trabalho

Ontem, funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em todo o Brasil promoveram uma paralisação de 24 horas. Em Curitiba, todas as agências fecharam as portas em nome de melhores condições de trabalho e do reajuste dos salários.

O funcionalismo público federal e o estadual, e o municipal sofre com as duras negociações salariais. Com o passar dos anos, a defasagem só fez aumentar, e para quem não ganha o que deveria (e nem o que merecia) conviver com isto sem se indignar é muito complicado. Ainda mais pelo fato de trabalharem em funções essenciais do serviço público.

É melhor nem imaginar o que aconteceria se os funcionários da Previdência Social resolvessem entrar em greve. Quantos idosos ficaram à míngua, esperando seus proventos? E aqueles que dependem do auxílio-doença, que encaram as filas que rompem quadras? E para quem trabalhou a vida inteira e sonha em encaminhar seu pedido de aposentadoria? Coisas que precisam ser resolvidas com brevidade, e os funcionários do INSS fazem o possível apesar da dificuldade, da lentidão do sistema de processamento, da burocracia embutida na função e das condições precárias de trabalho.

Eles vivem e nós também um dilema. Como cidadãos é necessário olhar para aqueles que precisam deles para pequenas ou grandes intervenções do poder constituído. Mas, como indivíduos, não podem se esquecer dos próprios problemas e das necessidades de suas famílias. Por isso, a paralisação, apesar de não ser (nem para quem precisa, nem para os funcionários) a melhor forma, é talvez a maneira mais plausível de mostrar à sociedade suas reivindicações.

E enquanto os funcionários públicos sofrem para conseguir um mísero aumento salarial, a mesa diretora do Senado Federal aproveita a calada da noite para, em sessão a portas fechadas, criar mais um cargo de confiança para cada senador da República. Cada novo cargo terá um salário de R$ 9.979,24 mais de um milhão de reais por ano. Que sai do nosso bolso.

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