Arte contemporânea em chiclete, arame, argila e colagem

O Museu de Arte Contemporânea (MAC) abre no próximo dia 08 de outubro, em Curitiba, três exposições de artistas plásticos da arte contemporânea, mas que utilizam diferentes técnicas de expressão.

Camille Kachani expõe o que intitulou de “Música para os olhos”, uma série de retratos que transitam entre as características da pintura e da fotografia. A artista se apropria de uma imagem já existente para trabalhá-la com materiais inusitados como placas de borracha, chicletes, papel canson recortado. A imagem de ícones da cultura pop, como David Bowie, Rita Lee, Caetano Veloso e Jimi Hendrix aparecem engajadas ao significado dos materiais usados em relação ao que eles mesmos representam.

“Meu trabalho é híbrido, basicamente colagem partindo de uma fotografia, com objetos e pintura. Uso muito a ironia, que quase sempre é uma crítica sobre as pessoas retratadas. Para isso, uso chicletes, preservativos, papel de bala, caixas de remédios, literalmente qualquer coisa. Mas a mensagem das obras está em observá-las de perto e de longe. Quando o espectador se aproxima percebe o interior e ao se afastar o exterior, remetendo à eterna dualidade da vida”.

Kachani mora em São Paulo, estudou no Lycée Pasteur (SP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Iniciou seus estudos artísticos aos 13 anos de idade na Escola Panamericana de Arte (SP), onde se formou em Desenho, Pintura e Fotografia. Sua formação inclui ainda cursos de Escultura e Vídeo. Camille se dedica à pesquisa contínua de novos meios de expressão e suportes dentro da arte contemporânea. Possui obras nos acervos do MoLAA ? Museum of Latin American Art, Los Angeles, California (EUA), MAC/PR ? Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba (PR), Marp – Museu de Arte de Ribeirão Preto (SP), Museu de Arte de Santo André (SP), Acervo Fundação H. Albert Einstein (SP).

A outra exposição, do artista plástico Fernando Lindote, de Florianópolis (SC) também promete provocar o público de diversas formas. O primeiro trabalho é feito em giz no chão. Fernando desenha o símbolo de infinito (um oito deitado) de forma que as pessoas sejam obrigadas a pisar em algumas partes. “Faço uma trama como rede ou malha e o público caminha sobre e vão modificando-a lentamente. A participação involuntária do público é o que quero provocar.”

Segundo ele, em outras exposições as pessoas evitavam até entrar na sala para não pisar na obra. Mas Fernando lembra que em arte contemporânea tudo é permitido. “Fazemos uma brincadeira onde eu faço e o público vai apagando.”

Argila trabalhada verticalmente na parede é o outro trabalho que Fernando Lindote mostra no MAC. “Essa é uma obra que tem um peso visual bem grande, mas é feito com matéria rala e frágil. São desenhos pesados e ao mesmo tempo quase nada.”

Fernando Lindote mora em Florianópolis (SC). Expôs individualmente no Instituto Tomie Ohtake (SP); Museu Victor Meirelles (SC), Museu de Arte Moderna (RJ), Funarte (RJ), Museu de Arte de Santa Catarina (SC). Participou do Projeto Faxinal das Artes (PR), Panorama da Arte Brasileira, no MAC/Niterói e Mami/Salvador, 25º Salão Nacional de Belo Horizonte (MG), recebeu prêmio aquisição no 10º Salão Nacional de Artes Plásticas (Funarte ? (RJ).

“Linha, volume e espaço” é o título da mostra onde serão apresentadas esculturas e instalações, da artista plástica carioca Ana Lúcia Sigaud. O material empregado é arame de ferro oxidado. Nessa série de trabalhos, a linha e o espaço dão origem ao volume. O espaço é incorporado como elemento da obra.

Nas instalações de grande porte são desenvolvidas relações entre a obra e o

espectador. Ana Lúcia constrói suas obras de forma a possibilitar que o

público nelas penetre, trazendo-o para dentro da obra, colocando ambos no

mesmo espaço. Torna-se possível caminhar dentro e em torno do trabalho, o

que permite vivenciar situações espaciais diversas e pontos de vista múltiplos.

Pode-se perceber então seções de espaço compreendido entre as linhas,

entendendo que o espaço é também matéria da obra e que a instalação forma

um grande grafismo tridimensional.

“O vocabulário formal utilizado na composição da obra é basicamente constituido por linhas. São feitas associações entre linhas retas e curvas, em disposições verticais e horizontais. As linhas unem-se para tecer formas vazadas, e podem também evoluir no espaço. As instalações são feitas de maneira a possibilitar que o público nelas penetre, trazendo-o para dentro da obra, envolvendo-o e colocando ambos no mesmo espaço”, afirma.

Ana Lúcia Sigaud vive em Petrópolis (RJ). Formada em História da Arte pelo Instituto de Belas Artes ? Rio de Janeiro (RJ). Freqüentou o Centro de Arte Contemporânea onde fez pintura e desenho sob a orientação de Maria de Lourdes Mader, serigrafia com Vitor Gerhardt e gravura com José Lima. Freqüentou também o Atelier de Xilogravura da Universidade de Brasília; Research in New Materials, Cambridge Cultural Center e o curso Introduction to Film Animation, na Syracuse University, USA.

Serviço:

Exposições de Ana Lúcia Sigaud, Fernando Lindote e Camille Kachani

Museu de Arte Contemporânea do Paraná

Rua Des. Westphalen, 16 Centro

80010-110 Curitiba Paraná

www.pr.gov.br/mac

Horário: das 19 às 22h.

As exposições permanecerão abertas até o dia 7 de novembro de 2004.

Agendamento de visitas monitoradas: (41) 323 5265

 

Secretaria de Estado da Cultura

Assessoria de imprensa

Elisa Carneiro (41) 321 4739

cultura@pr.gov.br

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