Não poderia ser mais inadequada a explosão de violência irracional protagonizada pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), nas dependências da Câmara dos Deputados, fato vergonhoso e sem a menor justificativa num momento em que o Brasil vive um estágio de plenitude democrática. A situação ganhou conotação alarmista quando se soube que o principal líder do suposto grupo revolucionário é o pernambucano Bruno Maranhão, membro do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores.
O presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), agiu com energia ordenando a imediata prisão dos depredadores, cujo descontrole documentado por cinegrafistas e fotógrafos, além de muitas testemunhas, foi igual ou mais intenso que o percebido numa provocação deliberada para criar uma situação caótica e lançar o País num clima de agitação político-institucional às vésperas de eleições gerais.
Mais de 500 baderneiros chefiados pelo troglodita Bruno Maranhão receberam voz de prisão após o quebra-quebra, numa sucessão de atos tresloucados que deixará no chinelo o desespero agudo de populações condenadas a uma torpe condição de vida. Não foi este, sem a menor dúvida, o sentido da temerária manifestação de Brasília, muito embora o contexto imediato da política fique sobrecarregado de maus presságios.
A sociedade espera que os cabecilhas da arruaça na Câmara, na feliz enunciação do senador Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, sejam imediatamente enquadrados pela Polícia Civil do Distrito Federal no competente inquérito policial, para a posterior denúncia ao Poder Judiciário. Torna-se imprescindível que tais desclassificados sejam confrontados com o rigorismo da legislação que pisotearam com laivos de profunda idiotia, ao arcarem como infratores e criminosos que são, sem a menor clemência, com as penalidades prescritas.
Qual teria sido a verdadeira intenção do MLST? Que razões políticas teriam armazenado a ponto de transformar uma simples visita ao presidente e às instalações da Câmara numa explosão de fúria ilimitada? O governo e seu partido oficial passam a nos dever estas e outras respostas a perguntas ainda mais inquietantes. Que interesses escusos estão por trás da súbita invasão da Câmara? Outras invasões estavam planejadas? A autoridade policial, com o auxílio de setores da administração federal, está na obrigação de levantar a verdade sobre a infâmia praticada por quem a si mesmo se proclama defensor das liberdades humanas.