Os valores são estratosféricos e, afinal, envergonham o governo Lula de choramingar em busca de argumentos para amenizar a opressão do arrocho fiscal. Entre janeiro e outubro, segundo relatório encaminhado à Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, o governo arrecadou R$ 17,5 bilhões acima das previsões mais otimistas do início do ano.
A receita líquida da União, computados o orçamento fiscal e a Previdência Social, no final do exercício, será de R$ 518,303 bilhões (R$ 3,85 bilhões além da última previsão feita em setembro), e R$ 17,5 bilhões acima do total que a máquina fiscal esperava arrecadar desde janeiro.
Segundo matéria publicada ontem pelo jornal Valor Econômico, até o final do ano, o governo deverá ter arrecadado, em termos líquidos, R$ 63,18 bilhões acima do valor cobrado em 2006, com crescimento nominal de 13,88% num período em que o índice inflacionário foi flagrantemente inferior.
A pesada carga tributária imposta ao contribuinte custeia a perdulária máquina administrativa e, por definição legal extensiva, deveria também alocar recursos nos setores de saúde, educação, segurança pública, transportes, habitação e saneamento básico, para ficar com as carências mais urgentes.
Entrementes, analisada a realidade particular de alguns desses setores, a descoberta alarmante é a completa nulidade da ação governamental. Não há mais desculpas aceitáveis, porque os brasileiros estão convencidos de uma verdade cristalina: dinheiro é o que não falta!