Brasília – O saldo negativo da Previdência Social em julho foi de R$ 3,4 bilhões, segundo cálculo do governo federal. O déficit foi 11% maior que o de julho do ano passado, que foi de R$ 3 bilhões. Apesar do aumento do déficit, a arrecadação bateu novo recorde, atingindo R$ 10,4 bilhões – valor superior em 11,2% ao total recolhido no mesmo mês do ano passado (R$ 9,4 bilhões).
O crescimento do déficit foi atribuído ao reajuste concedido aos aposentados. Outro motivo é o "desrepresamento" do pagamento de benefícios por conta da greve dos funcionários da Dataprev ocorrida no mês de junho.
"Houve um aumento de R$ 300 milhões com gasto com benefícios que deveriam ter sido pagos em junho", explicou o secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer, ao divulgar os dados hoje (23).
"A greve na DataPrevi, entre os dia 6 e 28, não paralisou todas as atividades, porque senão não teríamos tido pagamento de benefícios, mas ela dificultou a concessão de benefícios que ficaram represados", afirmou.
Os gastos com benefícios também cresceram no último mês. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) teve despesas de R$ 13,2 bilhões, 2,7% a mais que as de junho (R$ 12,8 bilhões) e 10,7% maiores do que as de julho do ano passado.
Segundo Schwarzer a previdência social teve melhoria da sua arrecadação no mês de julho em função da recuperação do mercado de trabalho. "Houve a criação de novos postos de trabalho formais, de acordo com o Caged [Cadastro Geral de Empregos]", afirmou. "Essa formalização do mercado de trabalho ajuda a arrecadação da Previdência. Por outro lado, continuam
fazendo efeito as melhorias gerenciais na Secretaria da Receita Previdenciária, que inclusive tem mostrado algum otimismo em relação às metas de arrecadação que haviam sido estabelecidas para o ano", completou o secretário.
De acordo com ele, as metas de arrecadação, no inicio do ano, foram estimadas em R$ 118 bilhões e hoje já em torno de R$ 122 a R$ 123 bilhões para o financiamento exclusivo da Previdência Social.
Em julho, 16,3 milhões (67,7%) de beneficiários pagos tiveram o valor de até um salário mínimo. Os benefícios pagos pela Previdência Social atingiram, no período, o valor médio de R$ 521,83.