Brasília ? O Ministério da Previdência anunciou hoje (26) que em maio as contas do Regime Geral da Previdência Social apresentaram déficit de R$ 3,3 bilhões ? 26,7% maior que o de abril. O governo gastou mais com o pagamento de benefícios do que arrecadou: para despesas de R$ 12,9 bilhões, com 21,1 milhões de benefícios, foram arrecadados R$ 9,6 bilhões.
O secretário de Políticas da Previdência Social do ministério, Helmut Schwarzer, explicou que o aumento no déficit estava previsto, diante do reajuste no salário mínimo e do aumento de 5% nos benefícios pagos. Em contrapartida, houve um recorde histórico na arrecadação, que cresceu 3% em relação ao mês anterior. "Esse bom número foi possível devido à expansão dos indicadores do mercado de trabalho e ao aumento da capacidade de fiscalização da Receita Federal", afirmou.
De acordo com o secretário, a partir do ano que vem será discutida com a Secretaria do Tesouro Nacional uma mudança na destinação do montante de 0,1% da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) à Previdência. Schwarzer disse esperar que os cerca de R$ 649 milhões mensais entrem no fluxo de caixa como arrecadação ? e não depois, para cobrir o déficit. "Temos que levar adiante as melhorias gerenciais e esgotar as fontes de financiamento que a Previdência possui, antes de pensar em grandes reformas", afirmou.
Desde dezembro passado, segundo Schwarzer, o número de benefícios emitidos pela Previdência Social não registrou crescimento significativo: eram 23,95 milhões de benefícios na folha de pagamento e em maio passaram a 23,97 milhões. "Mas é preciso fazer as melhorias gerenciais e dar mais transparência às demonstrações contábeis, para que as pessoas tenham uma idéia mais clara da situação da Previdência e da potencialidade das medidas em andamento", acrescentou.
No ano, a arrecadação acumula R$ 45,7 bilhões, com despesas de R$ 61,5 bilhões ? o déficit é de R$ 15,8 bilhões, 17,5% maior que em igual período do ano passado.