A organização da economia em Arranjo Produtivo Local (APL) é o tema do 4º Concurso IEL Paraná de Monografia sobre a relação Universidade/Empresa. O concurso é promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), instituição do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), e pelo governo do Paraná, por meio do Ipardes, e tem o patrocínio da Votorantim.
O concurso compreende três categorias: empresas (destinada a empresários e funcionários de empresas públicas, privadas e instituições não-governamentais); instituições de ensino superior (discentes de graduação com orientador) e docentes e pós-graduandos. O prazo para inscrição dos trabalhos vai até 15 de abril.
A diretora executiva do IEL, Gina Paladino, explica que a opção pelo Arranjo Produtivo Local como tema se deve ao fato de este modelo de organização da economia estar expandindo no Paraná e ao da pouca disponibilidade de bibliografia a respeito. "Na medida em que os APLs avançam no Estado sentimos falta de material de pesquisa a respeito", observa.
O objetivo do concurso de monografia é estimular e valorizar a produção de estudos sobre a importância da interação entre universidades e empresas. Serão premiados os trabalhos de melhor qualidade técnica.
O resultado do concurso será divulgado no dia 15 de junho de 2005. O primeiro colocado receberá como prêmio uma visita técnica ao distrito industrial italiano de Emilia Romagna e o segundo colocado ganha uma viagem de visita técnica a Arranjos Produtivos Locais do Nordeste do Brasil. O terceiro colocado vai ganhar um microcomputador e uma câmera digital.
O que é
O APL é caracterizado pela concentração de empresas de um mesmo segmento ou de atividades complementares que cooperam entre si. No Paraná, o governo estadual e Sistema Fiep estão apoiando 10 Arranjos Produtivos Locais. Atuando de forma cooperada, as empresas destes 10 APLs estão conseguindo ganho de escala, reduzindo custos de produção e melhorando a competitividade.
"O APL permite avanços que dificilmente as empresas atuando de forma isolada conseguiriam", destaca Gina Paladino. Ela explica que quando as empresas organizam-se em APLs podem fazer compras conjuntas de matéria-prima, estabelecer consórcio para exportação, compartilhar processos tecnológicos e de capacitação de mão de obra. Desta forma, as indústrias ganham em escala, reduzem custos e conseguem ser mais competitivas.
Áreas
Os 10 APLs já apoiados pelo governo do Paraná e Sistema Fiep são vestuário, em Cianorte; bonés, em Apucarana; móveis, em Arapongas; portas e janelas, em União da Vitória; cal e calcário, na Região Metropolitana de Curitiba; mandioca, em Paranavaí; malhas, em Imbituva; metais sanitários em Loanda; madeira, em Guarapuava; e mesas de bilhar, em Jaguapitã.
Destas 10 iniciativas, duas já são referências para projetos nacionais. O de vestuário, de Cianorte está entre os oito APLs eleitos pelo BNDES em todo o País para integrar um laboratório que vai identificar uma nova modalidade de financiamento do banco específica para esta forma de organização da economia local.
Além disso, o APL de Apucarana, formado por indústrias de bonés, foi incluído no Grupo de Trabalho para Arranjos Produtivos Locais, instituído pelo presidente da República para o estudo de soluções criativas e viáveis para o desenvolvimento econômico e social, com ênfase nas micro e pequenas empresas.