O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), se reunirá hoje com o presidente do PSB, Miguel Arraes, para assegurar a adesão dos socialistas à candidatura de Lula, que já conversou com Anthony Garotinho pelo telefone. A idéia do PT é transformar esse apoio eleitoral numa aliança política que, segundo Dirceu, deverá garantir a governabilidade de um eventual governo de Lula.
– Houve um convite da nossa parte para que PPS e PDT participem da coordenação e também de todas as decisões da campanha. Nosso desejo é formar com eles uma aliança política, mais do que uma aliança eleitoral. Até porque fazemos parte de um bloco na Câmara e no Senado, governamos estados e cidades juntos – explicou Dirceu.
O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), já participará a partir de amanhã das reuniões da frente. O PDT deverá nomear um representante também, que pode ser o deputado Carlos Lupi (RJ) ou o secretário-geral do partido, Manoel Dias.
Diante da decisão de Ciro de apoiar de forma incondicional a candidatura de Lula, a expectativa dos petistas é de que o candidato da Frente Trabalhista participe não só de comícios mas dos programas eleitorais do PT. O mesmo pedido deverá ser encaminhado a Garotinho, caso o PSB decida apoiar Lula. Dirceu deixou claro que o PT está aberto para negociar questões programáticas com o candidato do PSB, mas evitou adiantar qualquer compromisso em relação à sua principal promessa de campanha: elevar o salário-mínimo para R$ 280.
Para o PT, o apoio de Ciro e Garotinho podem ser decisivos para a vitória de Lula no segundo turno.
– Com esse apoio, vamos reconstituir a frente que obteve nessas eleições 76% dos votos. Além disso, as oposições elegeram 195 deputados. Isso cria uma base com condições de dar governabilidade ao governo de Lula – ressaltou.
Mas Dirceu fez questão de destacar que apoio não pode ser confundido com aliança.
– Não temos alianças com o senador Antonio Carlos Magalhães, nem com Sarney (ex-presidente José Sarney). Segundo turno, não se recusa apoio. Apoiamos Mário Covas duas vezes e fomos para a oposição.
Lula foi procurado por representantes do PL que, no primeiro turno, teriam optado por Garotinho, como o deputado Bispo Rodrigues e o senador eleito Marcelo Crivella. Com tantas adesões, o PT já começa a pensar em como vai administrar impasses nos estados em que o partido ou seus novos aliados estarão disputando o segundo turno. Dirceu adiantou que aliados de primeira hora terão preferência.
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