A revitalização de nove dos principais pontos turísticos de Curitiba foi o ponto de partida para o desenvolvimento dos projetos do arquiteto e professor universitário Elgson Ribeiro Gomes, de 81 anos. Natural de Florianópolis, o professor, que se mudou para a capital paranaense aos 13 anos, trabalhou em todo o país, viajando inclusive por toda a Europa, realizando estudos sobre arquitetura.
Ele criou várias maquetes para desenvolver os pontos turísticos, unindo modernidade e dinâmica na melhoria de obras que já existem, entre praças do centro e dois bairros da cidade, além da transformação de um terreno em Campina Grande do Sul, na região metropolitana, em uma cidade satélite para quatro mil habitantes. Todo o seu trabalho será exposto no período de 1 a 15 de março, na Assembléia Legislativa. Na abertura do evento, Elgson também estará lançando seu livro Constatações, Vocações, Análise de Possibilidades, Reflexões, Ensaios e Teses, onde explica todo o processo de criação, desenvolvimento e conclusão dos seus projetos.
Elgson se tornou professor da Universidade Federal do Paraná e atualmente trabalha diretamente com os alunos no desenvolvimento de novas idéias arquitetônicas. Durante a realização dos trabalhos, o professor desenvolveu quatro parques temáticos (revitalização das praças Osório, Guadalupe, Carlos Gomes e Ruy Barbosa), cinco centros temáticos (praça Tiradentes, transformada em praça da Cristandade, o centro histórico – Alto São Francisco, um novo Centro Cívico, um centro cultural na praça Santos Andrade e um centro recreativo, revitalizando o Passeio Público). A criação da cidade satélite na região metropolitana fechou o ciclo de projetos do professor e completou todo o conteúdo do livro.
?Andando pela cidade, verifiquei que os espaços existentes em Curitiba não foram bem aproveitados. Há tanta coisa para se fazer e melhorar. Não criei esses projetos com o objetivo de vender as minhas idéias para que sejam realmente realizadas, mas somente pelo prazer de estar criando. Sou um arquiteto e, de uma maneira ou de outra estou sempre em contato com as obras. Na minha idade já não tenho aspirações financeiras, o que quero é criar novas idéias e incentivar um debate sobre a arquitetura da cidade??, explica.
Em todas as maquetes a presença de uma linha de metro aéreo, interligando todos os pontos turísticos revitalizados, chama a atenção. A idéia de se criar um metrô em Curitiba já foi cogitada diversas vezes, mas nada ficou confirmado. Segundo Elgson, esse seria o meio de transporte essencial caso todas essas modificações fossem realizadas. ?Seria uma linha que passaria pelos pontos principais da cidade. A população teria muita facilidade para transitar pela cidade. Seria a modernidade que acompanharia toda a revitalização que seria realizada??, diz.
A modernidade da arquitetura está presente em todas as maquetes de Elgson. Entre elas, está a criação do novo Centro Cívico, com a recuperação do prédio do Fórum (atualmente abandonado), renovação do Palácio do Governo, incluindo a residência do governador, resgate do paisagismo de Roberto Burle Marx e novos monumentos.
O Centro Histórico, no Alto São Francisco, receberia uma torre de 150 metros e 70 sinos, com mirante-restaurante, espaço cultural e teleférico descendo pela rua Ébano Pereira até a Boca Maldita. Nos parques temáticos, destaca-se a transformação da praça Tiradentes em ?praça da Cristandade?, com revitalização dos edifícios, museu de arte sacra e um estacionamento subterrâneo.