Armazenar células-tronco já é possível em cinco cidades do Paraná

As pessoas que necessitam criopreservar, ou seja, armazenar as células-tronco do sangue do cordão umbilical, já podem ser atendidas em mais quatro cidades do Paraná. Para isso, a Cryogene ? Criogenia Biológica, única empresa dedicada à coleta e armazenamento de células de cordão umbilical, com sede em Curitiba, estendeu seu atendimento para Cascavel, Londrina, Guarapuava e Ponta Grossa. A técnica pode ser, num futuro bem próximo, a solução para a cura de muitas doenças.

O sangue do cordão umbilical, material antes desprezado, é rico em células-tronco, que poderão ser utilizadas na recuperação de muitas doenças. Um exemplo de estudo destas células-tronco acontece em Curitiba, onde uma pesquisa está sendo desenvolvida na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), com apoio da Cryogene, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Pró-Renal, com o objetivo de fazer com que as células-tronco do sangue de cordão umbilical se transformem em células com capacidade de produzir insulina, o que poderá ser uma grande ajuda no tratamento da diabetes.

De olho nessas novas possibilidades de tratamento de saúde, muitos pais ? preocupados com o futuro de seus filhos ? vêm optando por conservar as células de seus cordões. ?Como o nascimento de um filho é algo único, que não se repete da mesma forma, a chance da coleta e do armazenamento do sangue do cordão umbilical também é única. E isso precisa ser levado em conta, pensando no que as pesquisas devem apresentar em um futuro cada vez mais próximo. A possibilidade de utilização deste sangue é muito grande, quando pensamos em doenças comuns como diabetes, complicações pulmonares e até doenças que se tornam mais freqüentes com o aumento da expectativa de vida, como o Alzheimer e o Mal de Parkinson. Assim, o armazenamento das células-tronco do sangue de cordão umbilical serve como uma espécie de seguro biológico, ou seja, um seguro de vida que proporciona aos pais investirem agora no tratamento de doenças, que seus filhos possam vir a desenvolver no futuro?, afirma o biólogo doutor em Genética Humana e um dos diretores da Cryogene, Fábio Faucz.

Segundo Faucz, graças ao poder de gerar outros tecidos do organismo, as células-tronco do sangue de cordão umbilical já foram usadas com sucesso, em caráter experimental, para regeneração de tecidos neurológicos no caso da doença de Parkinson e também para evitar amputações em áreas que entraram em processo de falência por falta de irrigação sangüínea.

O armazenamento do sangue do cordão umbilical e placentário evitaria o aumento da fila brasileira de transplantes?, garante Faucz.?Cerca de 1,5 mil pessoas estão cadastradas só na fila de espera do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. A maioria é vítima da leucemia. O uso das células-tronco de cordão umbilical reduz em até 50% as chances de rejeição. Como acontece com todo o seguro, é preferível ter as células e não ter a necessidade de usá-las, que precisar delas e não tê-las. Mas essa é uma decisão extremamente pessoal e que só cabe aos pais da criança?.

Coleta e armazenamento

Faucz ressalta que a decisão de congelamento deve ser feita até a 32ª semana de gestação. ?Se os pais optarem por fazer a coleta e congelamento na Cryogene, os profissionais da empresa explicarão todos os procedimentos do armazemanento e do contrato de serviços. A Cryogene tem uma equipe especializada para fazer a coleta, inclusive para os partos realizados fora da capital. Neste caso, será enviado um profissional especializado e credenciado para fazer o trabalho. O transporte do material é seguro e tem até 48 horas, em temperatura ambiente, para chegar a capital paranaense?, diz Faucz.

O procedimento de coleta não traz riscos ao recém-nascido nem para a mãe, porque é feito na placenta e no cordão antes destes serem devidamente descartados. Após a coleta, o sangue é testado para verificar sua viabilidade e capacidade de formar novas células. Posteriormente, é adicionada uma solução crioprotetora e realizado o congelamento para, finalmente, ser armazenado em tanques de nitrogênio líquido, em bolsas especiais. Com isso, as células-tronco são estocadas a baixas temperaturas e podem permanecer assim por um período indeterminado.

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