O sonho brasileiro de ter uma saída para o Oceano Pacífico para expandir o comércio com os países asiáticos, em especial a China, pode ser viabilizado por meio de financiamento a projetos de infra-estrutura da Argentina, como a Ferrovia Transandina Central, que liga aquele país ao Chile.

O presidente do Banco de Investimento e Comércio Exterior da Argentina (BICE), Arnaldo Máximo Bocco, apresentou hoje no seminário ?Integração da América do Sul: 1º Encontro Brasil-Argentina?, no BNDES, os cinco projetos de infra-estrutura considerados pelo governo argentino prioritários para receberem financiamentos. As obras estão orçadas em US$ 500 milhões, que poderão ser co-financiados pelo BICE, BNDES e Banco da Nação Argentina (BNA). A idéia é atrair também investimentos privados.

Arnaldo Bocco informou que as licitações para as Ferrovias Transandina Central e a Belgrano Cargas deverão ser lançadas no segundo semestre. As vias férreas já estão construídas mas necessitam de reparos avaliados em US$ 260 milhões (Transandina) e US$ 200 milhões (Belgrano). A primeira tem 17 km inundados por uma represa, que deverão ser reconstruídos através da cordilheira chilena.

Bocco considerou a obra imprescindível para o Brasil ganhar tempo na exportação de produtos para a China, reduzindo custo de transporte e investimentos. Revelou ainda que os chineses também estão interessados em participar do projeto.

O terceiro projeto de integração Argentina-Brasil passível de receber apoio do BNDES é o Gasoduto Região Central, avaliado em US$ 35 milhões, para transporte e distribuição de gás natural por redes aos usuários. A obra cobrirá todo o centro da Argentina.
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