São Paulo (AE) – A Argentina anunciou hoje (22) que vai endurecer o embargo a carnes e derivados brasileiros. Em vez de deixar de comprar produtos dos cinco municípios de Mato Grosso do Sul onde foram encontrados focos da doença, o país resolveu estender a proibição aos produtos de todo o Estado e também Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já os importadores da Ucrânia comunicaram à Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) que o Brasil será integralmente embargado. O país havia bloqueado só São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A informação, segundo a Abiec, deve chegar amanhã (23) ao governo brasileiro.
A decisão da Argentina surpreendeu o Ministério da Agricultura quando o governo e o setor privado ainda comemoravam a decisão de Israel de retomar parcialmente o comércio de carnes e derivados com o Brasil.
Num dia de más notícias, Líbano e Marrocos anunciaram a suspensão da compra de produtos brasileiros, elevando para 51 o número total de mercados fechados total ou parcialmente desde o início da crise. De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, o Líbano suspendeu as compras de ruminantes, suínos e carnes bovina e suína de Mato Grosso do Sul. Já o Marrocos proibiu as compras de carne bovina de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.
Além disso, o Ministério da Agricultura confirmou mais um foco de aftosa em Mato Grosso do Sul. Com esse, já são 25 os casos confirmados da doença no Estado.
Para contrabalançar, o governo acredita ter convencido a Argélia a retomar o comércio de carne com o Brasil, ao menos parcialmente. O secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, Mario Mugnaini, disse que o país deverá retomar suas importações de carne e derivados, mantendo suspensos apenas os produtos de Mato Grosso do Sul e Paraná.
Há dúvida sobre se os argelinos liberarão a compra de carne de São Paulo, como quer o governo. A estratégia era pedir para manter o embargo só para Mato Grosso do Sul, onde foram encontrados focos. Mas Mugnaini disse que a restrição também deve permanecer sobre o Paraná, onde existem dúvidas se há animais doentes.