O poço vertical e parte do túnel da futura Estação Pinheiros do Metrô da capital paulista, destruídos no desabamento de sexta-feira, custaram cerca de R$ 23 milhões ao Consórcio Via Amarela, responsável pela obra. Os porcentuais de pagamento dessa etapa da construção constam no contrato firmado em 1º de outubro de 2003 entre a Companhia do Metropolitano e as empreiteiras. Só o poço vertical da Rua Capri consumiu 4,9% do valor total do lote 2 – trecho entre as estações Fradique Coutinho e Vila Sônia – estimado em R$ 420 milhões.

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A escavação do poço de 30 metros de profundidade, agora coberto por terra, foi a parte mais cara da obra – custou cerca de R$ 6 7 milhões. Pelo contrato, o consórcio também receberia mais R$ 2 9 milhões para construção dos túneis de acesso. A colocação de concreto estruturado custou pouco mais de R$ 10 milhões. Com a utilização do método NATM de escavação de túneis, o consórcio desembolsou mais R$ 5 milhões. Mas, como apenas o trecho sob a Rua Capri desabou, as empreiteiras não terão de refazer o túnel que está no subsolo das pistas local e expressa da Marginal.

O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, comparou recalques em obras à queda de pressão de um paciente em uma cirurgia. ?Isso não é motivo para não fazer a cirurgia. O recalque controlado não é motivo para interromper uma obra.? Segundo David, o recalque é ?natural? quando se constrói um túnel. ?Por isso é feita a medição desses recalques.? Ele chegou a prometer ao Estado o acesso às medições feitas por técnicos do Metrô, mas sua assessoria de imprensa informou que os documentos serão repassados apenas ao Ministério Público e ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que investigam as causas do acidente.

O presidente do Metrô também disse que é comum aparecerem rachaduras em casas no entorno das obras, principalmente pelo forte equipamento utilizado na construção. ?Para isso, temos o seguro?, afirmou. O Metrô não responde pela segurança da obra, comentou David. De acordo com ele, a única responsabilidade da autarquia na construção da Linha 4 é a de fazer a fiscalização do trabalho. A segurança e a conformidade dos materiais e objetos usados no processo cabem às construtoras.

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