O coordenador do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico por Biodiversidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Wilson Loureiro, afirmou que, desde a adoção do incentivo, em 1992, as áreas de conservação estaduais cresceram 718%. Loureiro participa do o seminário "Ação pelo IR Ecológico: a natureza merece esse estímulo", promovido pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O ICMS Ecológico é um critério usado para calcular o percentual que o município tem direito a receber na repartição dos 25% do imposto entre os municípios. Desse valor, 1/4 é distribuído de acordo com os critérios estabelecidos pela legislação estadual. Assim, cada estado define os critérios de acordo com seu perfil. Por exemplo, os estados agrícolas estimulam os municípios onde há maior produção agropecuária.
O Paraná inovou ao incluir a conservação como um critério. Depois, outros nove estados (SP, MG, RO, AP, RS, MS, MT, PE e TO) adotaram o ICMS Ecológico.
O deputado Jorge Khoury (PFL-BA), que propôs a realização do seminário, disse que a Comissão de Meio Ambiente firmou um compromisso de garantir a incorporação do conceito do ICMS Ecológico na implementação do ICMS federal que está sendo discutido na continuação da reforma tributária (PEC 285/05).
O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) Alain Lambert disse que o Brasil ainda aproveita pouco as possibilidades de créditos de carbono. Ele deu como exemplo a ser seguido um projeto desenvolvido no Nepal, que trabalha com uma planta chamada turverias (peatland, em inglês), que, segundo ele, tem capacidade de absorver cem vezes mais carbono que a floresta tropical. Lambert ressaltou que essa planta está presente no bioma dos Pampas.
Ele falou também que uma das principais falhas dos fundos de meio ambiente na América Latina é não terem formado capital próprio e investido na capacitação de seus gestores.