A Justiça da Alemanha condenou nesta quinta-feira o árbitro Robert Hoyzer a dois anos e cinco meses de prisão por participação em esquema de manipulação de jogos pela internet com quadrilha croata, no maior escândalo do futebol alemão. Além de Hoyzer, de 26 anos, outro árbitro, Dominik Marks, foi condenado a 1 ano e meio de prisão por fazer parte do arranjo, que possibilitou lucro de mais de 2 milhões de euros para os irmãos croatas Ante, Filip e Milan Sapina, também condenados.
Investigadores alemães descobriram que tudo foi acertado na mesa de um bar, em maio de 2004, entre os croatas e o árbitro Hoyzer. Ante ficou com a maior pena. Foi condenado a dois anos e 11 meses de prisão. Filip pegou um ano na cadeia e Milan, um ano e quatro meses.
O Caso Hoyzer foi manchete nos jornais do país em janeiro deste ano. Das nove partidas acertadas entre o árbitro e os croatas, a que mais chamou a atenção foi entre Paderborn e Hamburgo, pela Copa da Alemanha. Ele deu dois pênaltis duvidosos para o Paderborn e expulsou o belga Emile Mpenza, do Hamburgo, que perdeu o jogo por 4 a 2. Só nesta partida, Ante Sapina ganhou mais de 750 mil euros.
Em outra ocasião, Ante apostou 240 mil euros e ganhou 870 mil euros num único jogo da segunda divisão do Campeonato Alemão, entre Karlsruhe e Duisburg. O Duisburg venceu por 3 a 0 e Dominik Marks apitou a partida.
Para contar com os "trabalhos" de Hoyzer em nove jogos os croatas pagaram 67 mil euros e deram ao árbitro um caro aparelho de TV. Marks custou mais barato. Ele teria recebido, segundo o processo, 36 mil euros pelo envolvimento em quatro jogos.
A Federação Alemã de Futebol (DFB) ficou satisfeita com o resultado do julgamento. "A Corte puniu exemplarmente a negociação criminosa entre os envolvidos. Estamos todos contentes pela sentença depois de apenas dez meses de investigação", disse o presidente da DFB, Theo Zwanziger.
A Federação esperava que o caso fosse encerrado antes do sorteio dos grupos da Copa, no próximo dia 9, em Leipzig.