O árbitro Wilson Souza de Mendonça relatou na súmula do jogo Botafogo 0 x 1 Internacional, realizado em 2 de novembro, no Maracanã, que um funcionário do clube carioca esteve no vestiário dos árbitros antes do início do jogo para lhes oferecer brindes: teriam sido quatro sacolas com os mesmos "presentes" em cada uma delas: duas luminárias com o escudo do Botafogo, uma camisa oficial do clube, de cor branca, e outra, listrada nas cores branca e preta. De acordo com o documento, a arbitragem não solicitou nada em nenhum momento aos botafoguenses.

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Carlos Augusto Montenegro, vice-presidente de Futebol licenciado do clube, entrou no gramado após a partida e, aos gritos, exigiu que Wilson Mendonça de Souza devolvesse as camisas. Segundo Montenegro, o Botafogo providenciou os brindes a pedido do árbitro.

Na súmula, há o registro de ofensas contra Mendonça de Souza, que teriam partido de Montenegro e do vice-presidente de Futebol em exercício do Botafogo Manoel Renha. O árbitro afirma que os dois "invadiram o campo com a intenção de agredi-lo".

O árbitro explicou ainda por que não devolveu os brindes no momento da oferta. "Para não se criar um clima de animosidade ou má educação entre a arbitragem e a equipe do Botafogo; ficando acordado desde o momento do recebimento que o material seria encaminhado à Comissão Nacional de Arbitragem.

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O procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, disse que uma eventual denúncia de corrupção contra o clube ou seus dirigentes só seria possível se houvesse a comprovação de que houve a "promessa de vantagem indevida entre as partes envolvidas".