Arbitragem argentina na Libertadores agrada finalistas

Em uma coisa, São Paulo e Internacional não discutem: a arbitragem. As diretorias das duas equipes não queriam um árbitro brasileiro na decisão. Por isso, comemoraram muito a indicação do argentino Horacio Elizondo para comandar a partida de amanhã, no Beira-Rio. O jogo da semana passada já havia sido dirigido por um estrangeiro, o uruguaio Jorge Larrionda, que acertou nos lances capitais da partida, principalmente nas expulsões do são-paulino Josué e do colorado Fabinho.

Tanto Elizondo como Larrionda atuaram com destaque na última Copa do Mundo. Elizondo apitou, inclusive, a decisão do torneio entre Itália e França. Ficou tão orgulhoso de sua própria atuação, que seu cartão de visitas, agora, é todo vermelho – uma alusão ao fato de ter expulsado o francês Zinedine Zidane, eleito o melhor jogador da Copa. "Estamos muito seguros com relação à arbitragem", disse o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha. "Estamos certos de que um árbitro que apita uma final de Copa é melhor do que qualquer árbitro brasileiro hoje em dia", emendou o dirigente tricolor.

Além da qualidade técnica de Elizondo, Cunha destacou a importância de se ter um árbitro estrangeiro em um jogo como esse, apesar de a decisão ser entre dois times brasileiros. "Um estrangeiro dá mais isenção do que um brasileiro, que pode carregar com si uma série de fatores emocionais, que podem acabar afetando na hora de uma decisão contra este time ou aquele. Na minha opinião, do quanto mais distante vier o árbitro melhor".

Newton Drummond, diretor executivo do Internacional, tem o mesmo ponto de vista. "Se fosse um juiz brasileiro, já estaria dando entrevistas por aí, seria muita pressão. Já um estrangeiro chega hoje, ninguém vai atrás, ele aparece na hora do jogo, faz seu trabalho e vai embora. É melhor assim". A indicação de uma arbitragem estrangeira para a decisão da Libertadores foi um pedido das diretorias de São Paulo e Internacional à Conmebol.

No ano passado, quando decidiu o título contra o Atlético-PR, o clube paulista já havia batido o pé para que a arbitragem ficasse a critério de um estrangeiro. Na época, jogadores e dirigentes se sentiam perseguidos por árbitros brasileiros. No melhor estilo "teoria da conspiração", os são-paulinos afirmavam que havia um complô da CBF para prejudicar a equipe, já que os dirigentes do clube e da entidade divergem em vários aspectos políticos.

A indicação de Larrionda e Elizondo, atendendo ao pedido tricolor, demonstraria, então, que o clube é mais forte na Conmebol. Marco Aurélio Cunha discorda: "Não somos fortes, somos competentes. Forte é relativo à força física. Competência é força encefálica. É diferente".

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