A árbitra Sílvia Regina de Oliveira admitiu hoje que errou ao marcar um gol inexistente marcado pela Santacruzense contra o Atlético Sorocaba, em partida disputada no último domingo, pela Copa Federação Paulista de Futebol, e disse que sua maior falha foi não confiar no que havia visto, mas na marcação do auxiliar Marco Antonio de Andrade Motta Júnior.

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Em entrevista à rádio Jovem Pan, ela negou que tenha anotado como gol a bola empurrada pelo gandula para dentro da meta. "Ele marcou o gol no momento do chute que correu pela rede do lado de fora", disse a árbitra. Ela afirma que viu a bola sair e estava pronta para marcar tiro de meta, quando viu o auxiliar correndo em direção ao meio-de-campo.

"Devia ter confiado no que eu vi, e não no que o assistente viu" disse a árbitra, creditando o erro à falta de autoconfiança, como conseqüência dos sete meses que ficou sem atuar por causa de uma fratura por estresse no pé. "Foi apenas a minha segunda partida, ainda estou sem reflexo e sem tanta confiança", disse a árbitra, que chegou a conferir se a rede não estava furada e diz não se arrepender pela expulsão do zagueiro Samir, do Atlético Sorocaba. "O fato de ele ter razão na reclamação não lhe dá o direito de agredir verbalmente a arbitragem.

A FPF já disse que é muito difícil mudar o resultado da partida, apesar da clareza das imagens, e Sílvia, de 42 anos, declarou que ainda não conversou com dirigentes porque faria, nesta terça-feira, um teste físico para renovar sua presença no quadro da Fifa, onde está há sete anos.

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Ela defendeu o uso de imagens para auxiliar o árbitro de futebol citando o tênis e a possibilidade que os jogadores têm agora de "desafiar" a anotação de uma bola para fora. "A imagem deveria estar no futebol há muito tempo, favoreceria várias situações e tiraria a responsabilidade do árbitro em lances como esse.

Sílvia Regina creditou o estardalhaço causado pelo erro ao preconceito. "Tudo o que acontece com uma mulher repercute muito mais", disse a árbitra, que no ano passado teve sua capacidade questionada pelo técnico Tite, então no Corinthians, por sua atuação numa derrota contra o São Paulo – ele chegou a dizer que ela não teria condição física para acompanhar um jogo entre homens. Sílvia também expulsou o atacante Luís Fabiano, ex-São Paulo, por lhe dizer num jogo: "Tinha que ser mulher, sua burra.

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